Caso Mutirama: brinquedo não teve a manutenção adequada

A Superintendência da Polícia Técnico-Científica, por meio do Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues (ICLR), entregou na manhã dessa quarta-feira, 27.09,  ao delegado Izaías Pinheiro,  o laudo pericial realizado no Twister, brinquedo do Parque Mutirama, que apresentou um sério defeito e provocou um grave acidente em julho passado.

Segundo o documento, de 62 páginas,  o brinquedo não poderia estar funcionando e o acidente poderia ter sido ainda mais grave.

Participaram da análise da peça e da elaboração do laudo os peritos criminais de Goiás – Alysson Santos de Castro, Letícia Prado Castanheiras Costa, Sophia Wieczorek Lobo, Celso Faria de Souza e a Drª em engenharia mecânica da UnB – Palloma Vieira Murtelle.

Peça foi analisada em parceria com a UnB
Peça foi analisada em parceria com a Universidade de Brasília (UnB)

O eixo central do brinquedo foi desmontado e analisado minuciosamente, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). A peça foi submetida a exames de metalografia, Dureza de Brinell (o mais indicado para o caso), microdureza e microscopia eletrônica de varredura e ficou constatado que se tratava de um brinquedo de boa qualidade, feito com material adequado (aço 1.020, caracterizado pelo fato de ser um aço formado por ferro e baixo carbono) e com um vida útil praticamente interminável.

“O problema foi, realmente, a falta de manutenção. Com os cuidados adequados, esse brinquedo dura dezenas de anos”, esclarece a perita criminal Letícia Prado Costa.

A falta de manutenção provou o acidente e os estragos poderiam ter sido muito maiores. Em coletiva à imprensa, o  Gerente do Instituto de Criminalística, perito criminal Rodrigo Irani Medeiros – explicou que se o brinquedo tivesse se rompido durante o giro para o lado oeste, mais pessoas seriam atingidas. “Ele (o brinquedo) ia cair na fila e machucar quem estava nele e também quem estava aguardando na fila, pais e crianças”.

Gerente do IC - Rodrigo Medeiros - concede entrevista ao vivo. Caso de grande repercussão.
Gerente do IC – Rodrigo Medeiros – concede entrevista ao vivo. Caso de grande repercussão.

Os exames apontaram  que a peça estava com uma fissura na superfície, que foi sofrendo desgaste com o passar do tempo. Assim, com o constante funcionamento e sem a devida manutenção, o eixo acabou rompendo. A conclusão é de que o acidente poderia ter sido evitado.

Um documento, de outubro de 2011, feito pela empresa Astri Decorações Temáticas, responsável pela manutenção do brinquedo, indicava a existência da fissura, já naquela época. Segundo o laudo, a fissura teria que ter sido monitorada à partir daquele momento, para acompanhar o desgaste e realizar manutenções preventivas.

Ao receber o laudo, o delegado Izaías Pinheiro, titular do 1º Distrito Policial, informou que pode realizar novas diligências.

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