Artigo de opinião: Planejamento pós-pandemia (Enio Caiado)
Entramos no mês de julho com decreto do Governo de Goiás para o isolamento intermitente no Estado, decisão baseada em aspectos técnicos e científicos. A condução dos governantes diante da pandemia de Covid-19 está longe de ser uma tarefa fácil. Não tivemos nas últimas décadas fatos que se assemelham ao que estamos passando, e não há como contestar provas. Parabenizo o governador Ronaldo Caiado por trabalhar a favor da vida, mesmo que diante da dualidade saúde X economia seja preciso tomar decisões árduas.
Mas mais do que pensar em ações para o presente, em Goiás, o Governo entende a necessidade de um planejamento pós-pandemia. As soluções com investimentos privados, em médio e longo prazo, já são apontadas como mecanismos para superar crises por lideranças políticas do Brasil e de outros Estados federativos. Em entrevista no mês de junho, a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do Ministério da Economia, Martha Seillier, reforçou que, como estratégia de atração de investimentos, de geração de empregos e reforço na arrecadação do governo federal, as concessões e privatizações ganharão força neste ano.
Potencial para seguir o mesmo caminho temos de sobra em Goiás. Com projetos atrativos, há como manter o interesse do capital privado e atrair novos investidores, que se mostram abertos quanto às possibilidades de retorno. As atrações ao ar livre, por exemplo, vão ganhar ainda mais importância no período pós-Covid, como ressaltado pela própria Seillier, ao dizer que o Brasil é um mercado consumidor relevante.
É fato que já vimos em outras gestões projetos anunciados, mas abandonados antes de se converterem em contratos. Há ainda gargalos das parcerias de governos com a iniciativa privada, como a elaboração deficiente de estudos técnicos-econômicos e da estruturação falha de projetos que servem de base para os contratos. Dados insuficientes que geram controvérsia no futuro, análises superficiais das necessidades de serviços, divulgação de editais prematuros.
Mas com a compreensão dessas problemáticas, o Governo de Goiás, por meio da Goiás Parcerias, tem trabalhado, aliado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para desenvolver estudos e consequentes projetos com credibilidade que percorram todos os trâmites necessários e direcionem uma retomada de investimentos por meio de concessões ao setor privado.
Cabe a nós, portanto, trabalhar em conjunto e conquistarmos os investimentos necessários ao desenvolvimento estrutural do Estado para quando a pandemia chegar ao fim. E então, já apresentar resultados de boas parcerias, com benefícios para a população e sustentabilidade econômica para o Estado.
*Enio Caiado, presidente da Companhia de Investimento e Parcerias do Estado de Goiás (Goiás Parcerias).