Emoção marca entrega de escrituras do Casa Legal em Goianira

A aposentada Irene Rodrigues do Rego, 59 anos, vai levar uma foto de sua moradia, no Parque Solimões, em Goianira, para colocar na sala dos milagres do Santuário de Trindade. Ela fez essa promessa há muito tempo, caso recebesse a escritura da casa onde vive há quase 38 anos. Nesta quarta-feira (31/10), seu maior desejo se realizou. Muito emocionada, Irene foi a primeira a chegar na Prefeitura de Goianira, onde foi uma das 24 beneficiadas com escrituras pelo Programa Casa Legal – Sua Escritura na Mão, do Governo de Goiás. A aposentada se lembra bem do dia em que construíram a sua moradia, no início da década de 1980, no bairro também conhecido como Vila Mutirão. Ela e a mãe serviram café e sanduíches para os voluntários que trabalharam na obra.

A Agência Goiana de Habitação (Agehab) retomou em Goianira as ações do programa, que já regularizou dezenas de bairros implantados em áreas de domínio do Estado e entregou escrituras registradas em cartório, gratuitamente, para mais de 20 mil famílias ao longo dos últimos oito anos. A próxima cidade beneficiada será Araguapaz, no Vale do Araguaia, na segunda-feira (5/11), às 13 horas, no Clube Municipal, com entrega de escrituras para 49 famílias do Sol Nascente I. O presidente da Agehab, Cleomar Dutra, lembra que o Casa Legal é um dos mais exitosos e premiados programas de regularização fundiária urbana do País. “Conquistamos três importantes prêmios nacionais com este programa, que é uma referência, modelo a ser replicado por Estados e municípios que queiram fazer o enfrentamento desse grave problema urbano, que é irregularidade fundiária. A Agehab também transfere conhecimento técnico às prefeituras que queiram fazer regularização fundiária em áreas municipais.  Já auxiliamos, por exemplo, municípios como Cavalcante e Corumbaíba”, salienta Cleomar Dutra.

Um dos casos mais emblemáticos foi a legalização de 13 bairros na região Noroeste de Goiânia, com a entrega de 10 mil escrituras. Esta região possuía a maior demanda por regularização fundiária. A maioria das famílias morava há mais de 30 anos no local sem a segurança do documento que comprova a propriedade da moradia. É o caso também dos moradores da antiga Vila Mutirão de Goianira. A operadora de máquinas Maria Sônia Alves, 45 anos, conta que se mudou para o Parque Solimões em 1982, com a mãe e os irmãos. “Essa casa foi a grande conquista da vida da minha mãe. Por isso hoje sinto a emoção que ela sentiria se estivesse viva”, confessa Maria Sônia.

O casal de aposentados José da Conceição, 78 anos, e Alvina Rosa da Conceição, 73, também receberam a escritura depois de 20 anos de espera. Esta é a primeira casa própria deles, que já são casados há 55 anos, dos quais 35 foram de aluguel.  “A gente paga impostos, as contas, tudo certinho, mas nada é igual à segurança da escritura. Já tivemos muito medo de perder nossa casa. De vez em quando sai essa conversa. Agora acabou a insegurança”, revelou o casal, que está preparando uma grande ceia de Natal na casa escriturada. Eles têm oito filhos, 15 netos e 13 bisnetos e querem todos juntos para comemorar essa conquista.

Fotos de Sérgio Willian Godoy

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