SSP transfere oito presos para Penitenciária Federal de Porto Velho

Segundo Irapuan Costa Júnior, foi montada operação de guerra para o transporte do Complexo Prisional até o Aeroporto Santa Genoveva. Expectativa é de redução ainda maior nos índices de criminalidade

Uma verdadeira operação de guerra foi montada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP) para transferir oito presos de alta periculosidade para a Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. A informação é do titular da pasta, Irapuan Costa Júnior. “Eles são responsáveis por ordenar a maior parte dos homicídios ocorridos na capital nos últimos meses”, afirmou o secretário, durante entrevista coletiva realizada nesta manhã.

A operação mobilizou equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e Diretoria Geral de Administração Penitenciária, além do Ministério da Justiça e da Força Aérea Brasileira (FAB). Todos os presos estavam no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia desde a semana passada, em uma estratégia montada para promover a segregação e evitar que ocorressem tumultos e motins nos presídios de Goiás, em represália à transferência. Eles foram levados em um comboio com forte escolta policial, do Complexo Prisional para o Aeroporto Santa Genoveva, onde embarcaram em um avião da FAB.

De acordo com Irapuan Costa Júnior, o planejamento da operação teve início há 60 dias, após os presos serem identificados pela Superintendência de Inteligência da SSP, como mandantes de vários crimes na capital. “Eles ficarão segregados e não terão como comandar o crime. O resultado desta operação sentiremos nos próximos dias, com reduções ainda maiores nos indicadores criminais do Estado”, afirmou o secretário.

Para concretizar a transferência, a SSP contou com autorização do Poder Judiciário de Goiás, da Justiça Federal e Ministério da Justiça. Segundo explicou Irapuan Costa Júnior, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) foi decisivo ao definir a Penitenciária Federal de Porto Velho. “Nosso serviço de inteligência trabalhou para que mantivéssemos a operação em sigilo absoluto, evitando todos os tipos de manifestação ou represália”, afirmou o secretário.

O delegado geral da Polícia Civil, André Fernandes, explicou que todos os presos foram condenados ou possuem indiciamento por homicídios, tráfico de drogas, roubos e associação criminosa. Segundo o policial, Sérgio Dantas da Silva Filho, por exemplo, foi indiciado durante a Operação Livramento, como integrante de uma associação que planejava promover a liberação irregular de presos.

O coronel Ricardo Mendes, comandante do Policiamento da Capital, explicou que as ações integradas de inteligência das Polícias Militar e Civil e da DGAP, detectaram que um grupo planejava realizar ataque ao presídio de Formosa e libertar vários presos. Essa investigação envolveu as forças de segurança do Distrito Federal e levaram à prisão de vários criminosos e apreensão de armas de grosso calibre.

O diretor-adjunto da DGAP, tenente coronel Agnaldo Augusto da Cruz lembrou que a segurança nos presídios segue reforçada, para evitar que ocorram motins ou atos em represália à transferência. Explicou ainda que o sistema penitenciário de Goiás está sendo reestruturado, devendo receber duas novas unidades até o fim do ano. “As nossas forças estão prontas e aptas para atuar caso haja qualquer movimentação. Temos capacidade operacional para todas as unidades de Goiânia e do interior”, disse ele.
Foram transferidos Sérgio Dantas da Silva Filho, José Constantino Júnior, Renato Pereira do Nascimento, Carlos Alberto Lopes, Natair de Moraes Júnior, Heully Rios dos Santos, Fernando Alves Motta e Flávio Fernandes da Silva.


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