Pesquisa do Procon Goiás aponta variação de até 431% no preço de medicamentos em drogarias de Goiânia

Uma pesquisa do Procon Goiás, divulgada nesta terça-feira (20/4), constatou variação de preços nos medicamentos de referência e genérico de 309% e 431%, respectivamente. Neste levantamento, foram considerados os preços praticados para o consumidor comum, ou seja, independente da exigência de cadastro pela própria rede ou por laboratórios. Também não foi considerada nenhuma condição especial como desconto para aposentados, empresas ou portadores de planos de saúde conveniados.

No total, foram visitadas 12 drogarias em Goiânia, e verificados os preços de 65 itens, sendo 33 de referência e 32 genéricos, obedecendo a mesma apresentação, denominação e laboratório (no caso de medicamento de referência). O levantamento foi realizado por conta do do índice de reajuste aplicado recentemente sobre o valor dos remédios.

MENOR

MAIOR

MEDICAMENTO

APRESENTAÇÃO

DENOMINAÇÃO

LABORATÓRIO

PREÇO

PREÇO

VARIAÇÃO

REFERÊNCIA

BEROTEC

5 mg sol oral – fr – 20 ml

BEROTEC

Boehringer Ingelheim

R$ 6,75

R$ 27,65

309,63

AEROLIN

2 mg/5 ml – Xpe 120 ml

AEROLIN

GlaxoSmithKline

R$ 10,00

R$ 38,72

287,20

CLARITIN

10 mg – 12 comprimidos

CLARITIN

Merck Sharp & Dohme

R$ 17,30

R$ 51,66

198,61

NOVALGINA

500 m/ml – gotas – 10 ml

NOVALGINA

Sanofi-Aventis

R$ 9,35

R$ 24,66

163,74

RIVOTRIL

2 mg – cx 20 comprimidos

RIVOTRIL

Roche

R$ 14,22

R$ 26,60

87,06

GENÉRICO

NIMESULIDA

100 mg – 12 comprimidos

Genérico

R$ 3,22

R$ 17,10

431,06

SIMETICONA

75 mg/ml – solução oral – 15 ml

Genérico

R$ 3,40

R$ 16,99

399,71

ALBENDAZOL

400 mg – 1 comp mastigável

Genérico

R$ 2,00

R$ 8,25

312,50

CLORIDRATO DE PROPANOLOL

40 mg – 30 comprimidos

Genérico

R$ 2,16

R$ 7,90

265,74

FERNOBARBITAL

100 mg – 20 comprimidos

Genérico

R$ 2,59

R$ 7,84

202,70

DICLOFENACO SÓDICO

50 mg – 20 comprimidos

Genérico

R$ 4,99

R$ 14,60

192,59

AMOXICILINA

500 mg – 21 cápsulas

Genérico

R$ 9,80

R$ 25,28

157,96

Apesar de reajuste autorizado de até 10,08%, consumidores sentirão um peso maior no bolso

O reajuste nos preços dos medicamentos é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O reajuste acontece sempre no dia 31 de março, passando a valer a partir de 1º de abril. No ano passado, como forma de atenuar os efeitos econômicos causados pela pandemia, governo e indústria farmacêutica fizeram um acordo e só aplicaram após 60 dias.

Neste ano, de acordo com a Resolução CMED nº 1, de 31 de março de 2021, o reajuste máximo permitido para este ano será aplicado em três faixas: 6,79% para os medicamentos do nível 3, 8,44% para os do nível 2 e 10,08% para os medicamentos do nível 1. No ano passado, o percentual máximo de reajuste foi de 5,21%. Vale ressaltar que esse percentual de aumento não é automático nos preços, mas uma definição de teto permitido de reajuste, ou seja, cada empresa poderá optar pela aplicação do índice total ou menor, dependendo de suas estratégias comerciais.

Aumento médio

Apesar de o aumento médio autorizado pelo governo federal oscilar entre 6,79% e 10,08%, a pesquisa de preços médios realizada pelo Procon Goiás – comparada ao levantamento realizado em 2020 -, demonstra que em relação aos medicamentos de referência, o aumento médio foi de 2,84%. Já quando se trata dos medicamentos genéricos, houve uma redução geral de (-8,96%).

Como o aumento não ocorre de imediato, considerando ainda as estratégias comerciais entre os estabelecimentos, bem como a maior quantidade de laboratórios que produzem os medicamentos genéricos, sua concorrência se torna maior o que beneficia o consumidor com preços mais acessíveis.

No entanto, individualmente, foi identificado medicamento de referência com aumento médio de até 21,27% e genéricos com aumento médio de até 26,25%.

PREÇO

PREÇO

MEDICAMENTO

APRESENTAÇÃO

DENOMINAÇÃO

LABORATÓRIO

MÉDIO

MÉDIO

VARIAÇÃO

2020

 2021

REFERÊNCIA

AEROLIN

2 mg/5 ml – xpe 120 ml

AEROLIN

Glaxosmithkline

R$ 13,05

R$ 15,83

21,27

VOLTAREN

50 mg – 20 comprimidos

VOLTAREN

Novartis

R$ 34,17

R$ 38,25

11,93

AMOXIL

500 mg – 21 cápsulas

AMOXIL

Glaxosmithkline

R$ 49,16

R$ 54,89

11,65

PLASIL

Gotas 4 mg/ml – frasco c/ 10 ml

PLASIL

Sanofi-Aventis

R$ 9,34

R$ 10,26

9,87

GENÉRICO

FUROSEMIDA

40 mg – 20 comprimidos

Genérico

R$ 5,93

R$ 7,49

26,25

CLORIDRATO DE PROMETAZINA

25 mg – 20 comprimidos

Genérico

R$ 6,47

R$ 7,06

9,07

HIDROCLOROTIAZIDA

25 mg – 30 comprimidos

Genérico

R$ 3,10

R$ 3,26

5,10

DIPIRONA MONOIDRATADA

500 m/ml – gotas 10 ml

Genérico

R$ 5,03

R$ 3,50

-30,50

AMOXICILINA

500 mg – 21 cápsulas

Genérico

R$ 20,48

R$ 16,56

-19,14

METILDOPA

250 mg – 30 comprimidos

Genérico

R$ 19,64

R$ 16,96

-13,63

Se o governo federal autorizou o índice máximo de reajuste nos preços dos medicamentos de até 10,08%, como explicar a alta de até 26,25% nos medicamentos genéricos e de até 21,27% nos de referência?

O percentual de reajuste é aplicado sobre o valor do Preço Máximo ao Consumidor (PMC), ou seja, sobre o valor de tabela do medicamento. Com a concorrência entre os estabelecimentos, principalmente em relação aos medicamentos genéricos que são fabricados por mais de um laboratório, o preço final praticado por cada agente econômico, na maioria das vezes, é inferior ao preço de tabela (PMC).

Portanto, se um medicamento tem o preço de tabela de R$ 10,00, após o reajuste de 10,08%, o preço máximo de tabela será de R$ 11,00. Ainda que o reajuste aplicado seja maior, o preço máximo definido pelo governo não poderá ser ultrapassado. Caso isso ocorra, o consumidor deve registrar a denúncia no Procon pelo telefone 151 (capital), (62) 3201-7124 (interior) ou pela plataforma Procon Web (proconweb.ssp.go.gov.br).

Medicamentos genéricos podem gerar economia de até 91%

Adquirir ou não um medicamento genérico em substituição aos de referência é uma opção exclusiva do consumidor, sempre acompanhado de orientação médica. No entanto, a título de exemplificação, fizemos as contas e a economia é expressiva.

É o caso do medicamento de referência “NISULID” – 100 mg – c/ 12 comprimidos do laboratório Achè. Em uma drogaria custa R$ 39,38. Já o medicamento genérico (NIMESULIDA) com a mesma apresentação e na mesma drogaria, custa R$ 3,22, ou seja, uma economia de até 91,82%.

Orientações gerais

Antes de uma criteriosa pesquisa de preços, é interessante que o consumidor consulte a lista de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) dos medicamentos, disponível no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br) e compare os valores. A consulta também pode ser realizada nas listas de preços disponíveis nas drogarias.

Até mesmo as drogarias da mesma rede não seguem necessariamente uma política de preços única.

Na comparação entre preços de medicamentos de referência e genéricos, percebe-se uma considerável diferença. No caso dos genéricos, como são produtos fabricados por mais de um laboratório, em geral são mais baratos por causa da concorrência. Contudo, um medicamento genérico fabricado pelo mesmo laboratório, também pode ter preços diferentes entre as drogarias. Por isso, a pesquisa de preços é essencial, sempre aliada à recomendação e prescrição médicas.

Para acessar a planilha de preços, clique aqui

Para acessar o relatório da pesquisa, clique aqui

Assessoria de Comunicação – Procon Goiás

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