Operação integrada combate uso de drones para arremesso de ilícitos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia

Ação resultou no cumprimento de 18 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em nove municípios goianos. Ao todo, 30 envolvidos nos crimes já foram identificados

Uma ação integrada entre as Polícias Civil (PCGO) e Penal de Goiás apura a existência de uma organização criminosa especializada no uso de drones para o arremesso de materiais ilícitos  (drogas,  celulares, chips e carregadores) dentro da Casa de Prisão Provisória, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Durante a operação, denominada V.A.N.T (Veículo Aéreo Não Tripulado), foram cumpridos 18 mandados de prisão temporária e 25 de busca e apreensão, nesta terça-feira (30/11).

De acordo com a investigação da Delegacia de Repressão às Atividades Criminosas Organizadas (Draco), apenas no ano de 2021 foram constatados 85 registros relativos à atividade de drones nas imediações do presídio. Ao todo, 30 pessoas envolvidas nos crimes foram identificadas. “Isso mostra uma profissionalização, uma habitualidade delitiva, até porque todas as pessoas que foram alvos dessa investigação nessa primeira etapa já tinham uma ficha criminal”, explicou a delegada Débora Melo, adjunta da Draco.

Segundo a apuração, o grupo possuía estrutura definida e alto poder aquisitivo. “O drone mais barato no mercado, para aquisição hoje, custa R$ 5 mil, valor que pode chegar facilmente até R$ 50 mil. Isso sem contar os objetos ilícitos que são acoplados, de maneira artesanal por esses criminosos, nos drones. Já teve situação da gente ver até 10 aparelhos celulares acoplados em um veículo aéreo não tripulado”, informou.

Após representação policial, os mandados foram expedidos pelo Poder Judiciário e cumpridos na capital, em Aparecida de Goiânia, Trindade, Goianira, Bela Vista de Goiás, Senador Canedo, Morrinhos, Anicuns, Joviânia e em uma ala da CPP. As diligências dentro da unidade prisional foram realizadas com o auxílio de policiais penais do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope). Os investigados irão responder ao final da apuração pelos crimes de associação criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico e favorecimento real.

Reorganização do sistema prisional goiano

A operação faz parte das ações adotadas para garantir, de maneira efetiva, o controle do sistema prisional em Goiás. “O sistema prisional não é local de planejamento, de liderança, de ordens para o cometimento de crimes na rua, de ter arma ou drogas. O sistema prisional do Estado de Goiás é local para o cumprimento de pena, dentro dos requisitos da lei”, reforçou o secretário de Estado da Segurança Pública, Rodney Miranda.

Para o diretor-geral de Administração Penitenciária em substituição, Aristóteles Camilo El Assal, a instituição do Procedimento Operacional Padrão (POP) dificultou o repasse de materiais ilícitos nas unidades prisionais do Estado, fazendo com que os grupos criminosos buscassem alternativas. “A gente intensificou o trabalho, a capacitação contínua dos nossos servidores e com isso, o modus operandi que era utilizado (familiares e outros), passou a não surtir mais efeito. Então eles tentaram essa nova faceta”, disse.

Ao longo do ano, os policiais penais apreenderam, nos arredores do Complexo Prisional, um total de 21 drones, sendo 19 apenas na Casa de Prisão Provisória. “Sem o ingresso desses objetos nas prisões, quem está lá dentro não consegue determinar ou demandar, executar ou cobrar a prática de outros crimes do lado de fora. Por isso, em um cenário de contenção às facções criminosas, esse tipo de atuação e investigação se mostra importante”, completou a delegada Débora Melo.

Secretaria de Estado da Segurança Pública – Governo de Goiás

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo