O voo de dois falcões – mentor e aprendiz

Alessandro estava atento ao noticiário daquele sábado, o primeiro do mês de junho de 2014. E ele permanecia incrédulo diante do que estava acontecendo…

Também morreram no acidente Antônio de Pádua, Edimilson de Sousa Lemes, Lindomar Mendes Vieira e Milton Ananias, coronel aposentado da Polícia Militar e piloto da aeronave.

Seria mesmo possível? Milton Antônio Ananias, então com 50 anos cravados em 2014, se despedia da vida, assim, nos céus, fazendo o que mais gostava?

Para Alessandro Ferreira de Oliveira, sargento da Polícia Militar de Goiás, era difícil demais de acreditar. Milton fora aquele que lhe dera o melhor presente desde que entrara na corporação, em dezembro de 2003. “Ele me convidou para ficar no Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer)”, lembra-se ainda, com entusiasmo, o operador aéreo, hoje com 36 anos. Dá para imaginar o porquê do orgulho: a unidade de Goiás é o mais antigo batalhão aéreo do País, superando em idade, inclusive, o de São Paulo.

Alessandro conta que logo depois de ter tomado posse na PM, foi destacado para trabalhar em Luziânia e Novo Gama. Depois de seis meses no Batalhão de Choque dessa última cidade, olha só o que o destino lhe reservava: o Graer estava precisando de alguém com conhecimento na área de instalação elétrica e… bingo, isso mesmo, caro leitor, Alessandro foi recrutado para a nova unidade, porque tinha estudado eletrotécnica na Escola Técnica de Brasília, local onde morou por muito tempo durante a infância e a adolescência.

“Depois disso, o coronel Milton me convidou para ficar de forma definitiva. E quando falo que foi presente, foi mesmo, porque isso aconteceu no Natal de 2008”, detalha ele, influenciado pelo avô a seguir carreira militar.

Segundo o sargento, cada helicóptero do Graer, normalmente, sobe aos ares com pelo menos cinco pessoas: dois pilotos e três tripulantes operacionais, categoria da qual faz parte. Uma das aeronaves, o Falcão 2, comporta até oito policiais. “Atendemos a diversas ocorrências como assaltos e perseguições a bandidos, dando suporte e coordenadas aos policiais que estão em terra, e também atuando para conter o crime”. E detalhe: cada “falcão” voa, a pelo menos, 30 metros de altura do chão e a uma velocidade que pode chegar a 350 km/h.

“Se o coronel Milton não tivesse me feito o convite, eu não estaria no Graer”, reforça o sargento.

–  E se ele estivesse vivo, o que acha que falaria quando visse que você estava naquele banner imenso estampado na fachada do Palácio Pedro Ludovico?

“Ah, ele ia me cumprimentar, dizendo: “Parabéns, Nego Véio”’, como era a forma que brincava comigo. “Eu me sinto realmente feliz e satisfeito por ter representado nossa unidade, o Graer, nessa homenagem que o governador prestou a todos os policiais goianos”.

Por Carla Lacerda
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