Caso Juscélia: Polícia Civil prende marido acusado de matar esteticista
Suspeito confessou o crime e disse que matou a mulher após uma briga por conta de um dinheiro da venda de um carro da família
A Polícia Civil de Goiás efetuou a prisão de Reginaldo Nunes de Moura, de 43 anos, marido da esteticista Juscélia de Jesus Silva, de 32 anos, que desapareceu em Goiânia no dia 14 de fevereiro e cujo corpo foi achado no último dia 19, no município de Abadia de Goiás.
A apuração sobre o caso começou com o Grupo de Investigações de Desaparecidos (GID), e após encontrarem o corpo, o caso foi transferido para a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH). Durante o trabalho, os policiais fizeram contato com empresas de transporte por aplicativo, além de visitas de campo para elucidar sobre a possível entrevista de emprego e conseguiram levantar contradição na versão dada pelo esposo da vítima.
De posse das informações da suspeita de envolvimento do marido de Juscélia, as investigações seguiram e conseguiram identificar e encontrar o homem. Reginaldo foi preso em um hotel em Goianira, na Região Metropolitana da capital. Segundo os policiais, ele estava com o carro de um amigo e com várias roupas dentro.
Investigações
Durante as investigações, quando Juscélia ainda era considerada desaparecida, Reginaldo disse que tinha recebido mensagens da esposa pedindo a transferência de um dinheiro para que ela pudesse chamar um motorista por aplicativo. Porém, a polícia identificou que nunca houve solicitação de transporte junto as empresas.
“Nos chamou a atenção foi a fala dele de que ela [Juscélia] teria ido a uma entrevista de emprego e teria pedido dinheiro para usar nesse aplicativo. Porém, ao mesmo tempo, ele falava que a vítima estava portando um valor de R$ 8 mil. Essas contradições chamaram a atenção da Policia Civil”, disse a delegada Ana Paula Machado, titular do GID, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23). Além dessa mensagem, Reginaldo também teria se passado pela vítima para conversar com outras pessoas na tentativa de evitar que o crime fosse descoberto.
“Após o crime ele retorna para casa e ainda utiliza o celular da vítima para manter contato com alguns familiares na intenção de sustentar a versão de que ela tinha saído para procurar emprego”, contou o delegado João Paulo Mendes da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH).
De acordo com a Polícia Civil, imagens da rua onde o casal morava, no Recanto das Emas, em Goiânia, mostraram que Juscélia não saiu de casa naquela manhã, como sustentava a versão inicial do esposo. Conforme as investigações apontaram, Juscélia já estava morta quando as imagens registraram Reginaldo chegando à residência num carro que tomou emprestado do irmão da vítima e com o qual transportou o corpo até o local da desova.
Em depoimento ao delegado João Paulo Mendes, o suspeito confessou o crime e disse que matou a mulher após uma briga por conta de um dinheiro proveniente da venda de um carro da família. “Segundo o suspeito, eles queriam dar destinos diferentes ao valor recebido. Ele conta que jogou a mulher no chão durante uma discussão e caiu em cima dela”, explica o delegado. Durante a oitiva, o investigado não apresentou qualquer tipo de arrependimento.
Mendes destacou a importância do trabalho inicial feito pelo GID. “A ação do Grupo de Investigações de Desaparecidos muito técnica e intensa auxiliou de maneira principal para que a gente pudesse elucidar esse crime. Eles conseguiram puxar a principal linha de investigação e assumimos com uma linha bem delineada traçada pelo Grupo de Desaparecidos, que agora se concretizou com a prisão de Reginaldo e com a sua confissão”, frizou.
Conforme informou o delegado, laudos complementares, no entanto, ainda estão sendo aguardados para elucidar detalhes da ação e as circunstâncias detalhadas da morte da esteticista. “Existe uma forte suspeição da prática do crime de feminicídio”, pontuou.
Foto: Divulgação/Polícia Civil e Siqueira/SSP-GO
Comunicação Setorial – Secretaria de Segurança Pública – Governo de Goiás