Operação Peregrino: Polícias de Goiás e SP investigam suspeitos de aplicar golpes na internet

Em Goiás, sete pessoas foram presas na capital, em Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Rio Verde.

A Polícia Civil de Goiás e a Polícia Civil de São Paulo realizaram na manhã desta quarta-feira (14/10) a fase III da Operação Peregrino. A ação investiga uma associação criminosa, suspeita de aplicar golpes pela internet. Ao todo, foram expedidos pela justiça 40 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão nos dois estados e no Pará. Em Goiás, sete pessoas foram presas na capital, em Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Rio Verde.

Segundo as investigações, os suspeitos usavam o aplicativo de mensagem WhatsApp para aplicar os golpes. Eles clonavam o número de celular das vítimas e, assim que tinham acesso à agenda, entravam em contato com outras pessoas se passando por amigo ou parente para pedir dinheiro. De acordo com a delegada Sabrina Leles, titular da Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), os crimes eram iniciados com o aluguel de contas bancárias, que receberiam os valores adquiridos de forma ilícita.

“Depois de escolhidas essas contas para receber o dinheiro dos golpes, aquela pessoa que faz o corre como nós chamamos, ela disponibiliza a conta para o criminoso da ponta, que é aquele que realmente engana, frauda algum perfil de WhatsApp para poder enganar familiares daquela pessoa para pedir valores em espécie. Muitas vezes as imagens e a identificação são buscadas nas redes sociais, em fontes abertas. Entre as vítimas médicos, servidores públicos de alto escalão, políticos, jornalistas, juízes e promotores”, afirmou.

A apuração policial identificou que a maior parte dos membros da associação criminosa é de Goiânia, com contas bancárias também de Goiás. Os demais investigados estão na capital paulista e em Itatiba, no interior do estado. Na primeira fase da operação, realizada em julho deste ano, foram apreendidos 793 chips de diversas operadoras de telecomunicação, usados para praticar os crimes. Segundo o delegado Guilherme Casele, da Divisão de Capturas da Polícia Civil de São Paulo, cada integrante do grupo chegava a movimentar R$ 100 mil por semana com os golpes.

“Pelo que a gente colheu de informações até agora, cada conta usada pelos criminosos movimentava uma média de R$ 10 mil semanais e cada criminoso que a gente conseguiu levantar, dispunha de uma média de sete, oito e até 10 contas. Então se a gente fizer uma conta rápida, cada criminoso conseguia aferir indevidamente uma média de R$ 70 mil até R$ 100 mil por semana”, pontuou.

Para a delegada Sabrina Leles, muitas vezes a falta de exigências para a abertura de contas, principalmente em bancos digitais, favorece a atuação criminosa. “Infelizmente o que por um lado facilita para que você tenha uma conta em uma instituição financeira, por outro lado contribui para a criminalidade também. Principalmente nos bancos digitais, as pessoas não precisam de grandes exigências para abrir uma conta e isso facilita para quem quer usa-la para o crime”, ressaltou.

Agora, todos os suspeitos detidos serão ouvidos e o material apreendido analisado. Segundo o delegado da PCSP, uma quarta fase da operação deve ser deflagrada, para extinguir de forma definitiva a associação criminosa. “A ação é uma forma de dar satisfação para a sociedade, para dizer e mostrar que a Polícia Civil está sensibilizada para esse tipo de crime que vem ocorrendo principalmente nesse momento tão sensível de pandemia. Então é um recado para a sociedade e também para os criminosos, para não se aventurarem a cometer esse tipo de crime, porque certamente serão responsabilizados”, destacou.

O delegado fez ainda um alerta, para que a população não caia nesse tipo de golpe. “Tomem cuidado e desconfiem quando receberem pedido de auxílio, depósito, transferência ou de socorro. Se alguém procurar os senhores via WhatApp solicitando esse depósito, entre em contato com aquela pessoa, ligue pra ela, procure ter acesso com ela pessoalmente, se cercar de cuidados. Fazendo isso certamente a gente vai conseguir evitar que as pessoas sejam vítimas desse crime”, concluiu.

Comunicação Setorial
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