Polícia Civil investiga empresas por venda irregular de medicamentos e testes para Covid-19

Durante a apuração, um esquema de tráfico de drogas foi descoberto. Um dos grupos investigados estaria repassando insumos usados para a produção de medicamentos, para laboratórios clandestinos, que os utilizavam no refino de cocaína. 

A Polícia Civil de Goiás deflagrou nesta segunda-feira (21/09) a Operação Perlage. A ação tem como alvo grupos empresariais, suspeitos de comercializar medicamentos e testes para detecção da Covid-19, em desacordo com as normas da Vigilância Sanitária. Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, em Goiânia. A operação foi realizada de forma conjunta entre a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT) e a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc).

As investigações tiveram como objetivo inicial a venda de Invermectina, mediante a utilização de notas fiscais fraudulentas e sem o recolhimento dos tributos devidos. De acordo com o delegado Marcelo Aires, titular da DOT, os grupos investigados teriam comercializado mais de três mil caixas com o medicamento, desde o início da pandemia. “A Invermectina foi trazida do Rio Grande do Norte para Goiás e aqui, para o transporte aéreo, foram utilizadas notas fiscais fraudulentas. Nesse caso foi crime tributário e tem as questões de crimes contra a saúde pública, tendo em vista que esse material era acondicionado de maneira inadequada”, relatou.

Durante a apuração, a polícia descobriu ainda que uma das empresas estaria desviando insumos para a fabricação de drogas. O grupo atuava simulando a venda dos produtos Fenacetina e Cafeína, em uma pequena drogaria de Goiânia. Segundo o delegado Fernando Augusto Gama, titular da Denarc, a empresa, contudo, era de fachada e foi constituída em nome de laranjas, para desviar os produtos para a produção de entorpecentes. “Verificou-se que uma empresa estava sendo utilizada para alimentar laboratórios para o tráfico de drogas. São insumos utilizados juntamente com a pasta base, para trazer um aumento dessa droga e um lucro em cima da concentração desses entorpecentes”, afirmou.

Na ação, foram apreendidas ainda duas armas de fogo, porções de cocaína e 500 kg de Fenacetina. A Polícia estima que cerca de 3,5 toneladas do insumo foram disponibilizados pela empresa aos laboratórios clandestinos, para a produção de ilícitos, somando um valor aproximado de R$ 800 mil. Ainda de acordo com o delegado Marcelo Aires, 10 pessoas são investigadas, mas há suspeita de que outras possam estar envolvidas com o grupo criminoso. Os mandados cumpridos durante a operação foram realizados na casa de funcionários, contadores e de proprietários de distribuidoras de produtos hospitalares e de medicamentos. Dois donos desses estabelecimentos foram detidos.

Um dos presos foi encontrado em uma casa, dentro de um condomínio fechado de Goiânia. A residência, segundo o titular da DOT, é a mesma onde foi preso outro suspeito de tráfico, em 2019, durante a Operação Icarus. A ação desarticulou uma grande organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e lavagem de capitais. Os membros do grupo viviam uma vida de luxo, ostentando viagens para Dubai, Ilhas Maldivas e vivendo em condomínios fechados. As investigações levaram à apreensão de 11 carros de luxo, uma moto náutica, dois jatos executivos e um helicóptero.

O delegado informou que a casa era registrada no nome do indivíduo preso no último ano. A relação entre os dois suspeitos será agora apurada. Os investigados durante a ação desta segunda-feira responderão por crime tributário, tráfico de drogas, crime contra a saúde pública e associação criminosa, além de terem de arcar com o pagamento dos tributos sonegados acrescidos de multa.

Comunicação Setorial
Secretaria de Segurança Pública
(62) 3201-1027

 

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