Operação Attack Mestre: polícias de Goiás e Tocantins cumprem mandados contra associação criminosa

Grupo é investigado por praticar extorsão na internet. Ao todo, são cumpridos dois mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão em Goiânia e São Paulo.

A Delegacia Estadual de Crimes Cibernéticos de Goiás (DERCC) e a Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC/TO) do Tocantins, deflagraram na manhã desta sexta-feira (28/08), a Operação Attack Mestre. A ação tem como alvo membros de uma associação criminosa, especializada na prática de extorsões pela internet. Ao todo, estão sendo cumpridos, dois mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão em Goiânia e São Paulo.

Segundo as investigações, o grupo invadia sistemas e derrubava conexões de internet com o intuito de extorquir dinheiro de empresas, para terem o serviço restabelecido. De acordo com a delegada Sabrina Leles, titular da DERCC, os suspeitos, que coordenavam as ações de Goiás, agiam em todo país. “Eles estão espalhados por todo Brasil. Até o momento nós temos identificados alvos aqui em Goiânia, no Tocantins e em São Paulo. Mas nós sabemos, pelo sinal dos telefones identificados, que existem outras pessoas, em outros estados”, pontuou.

Ainda de acordo com a delegada, os suspeitos realizavam ataques virtuais de Negação de Serviço Distribuído, conhecido como DDoS, contra provedores de conexão de internet. Eles interrompiam as conexões banda larga de centenas de milhares de usuários em todos os 26 estados e no Distrito Federal. “Este ataque sobrecarrega o sistema, o servidor central das empresas alvos e para poder parar, eles exigiam pagamento em dinheiro ou criptomoedas”, afirmou.

As investigações mostraram que os membros do grupo possuíam conhecimentos avançado no campo da tecnologia da informação. Eles faziam uso de estrutura complexa, uma rede com diversos computadores infectados por BOTS, popularmente conhecidos como “zumbis”, que realizam tarefas para os usuários. As interrupções chegavam a afetar até mesmo a prestação de serviços essenciais. A polícia acredita que pelo menos quatro empresas de Goiás foram vítimas da associação criminosa. Uma delas teve um prejuízo de aproximadamente R$ 150 mil.

A apuração começou há cerca de um ano, em Goiás, com o levantamento de informações. A partir disso, foram descobertas ações em outros dois estados. Segundo a delegada Sabrina Lelis, uma das empresas de provedores de internet só procurou a polícia depois de pagar as exigências de valores dos suspeitos e não conseguir encerrar os ataques. “A polícia sempre recomenda que não se pague, porque é realmente um poço sem fundo, quanto mais se paga, mais os criminosos atacam”, relatou.

A delegada acredita que haja mais vítimas no estado e explicou que um dos investigados usava um apelido para contatar e extorquir as vítimas. “O apelido que esse criminoso usava na internet era guerreiro. Então ele sempre mandava mensagens para as vítimas usando esse nome. Se outras pessoas foram vítimas de ataques assim e receberam mensagens com esse codinome, devem procurar a Delegacia de Crimes Cibernéticos”, orientou.

A ação contou com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, através do Laboratório de Operações Cibernéticas (CIBERLAB) e da Unidade de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). Durante as diligências desta sexta-feira, foram apreendidos computadores e celulares dos investigados. Os itens devem passar por perícia.

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