“Global, urgente e necessário”, diz consultor de meio ambiente sobre tema do 25º Fica

De 11 a 16 junho, festival discutirá temas que envolvem “Tecnologia, Inovação e Mudanças Climáticas”. Serão exibidas 42 produções audiovisuais, além de oficinas e cursos, na cidade de Goiás 

A 25ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) acontecerá entre os dias 11 e 16 de junho, na cidade de Goiás, e abordará a temática “Tecnologia, Inovação e Mudanças Climáticas”. O objetivo é abrir reflexões e debates sobre a relação entre ser humano e natureza e as consequências para o planeta.

Durante seis dias, a cidade de Goiás será palco de discussões e atividades fundamentais para o futuro do planeta, a partir da exibição dos 42 filmes selecionados nas quatro Mostras Competitivas, além das oficinas, cursos e debates, que elevarão o nível e o acesso ao conhecimento sobre o que envolve o tema proposto.

A reflexão que se coloca em 2024 se alinha à visão do futuro indissociável da questão ambiental que sempre pautou as outras edições. Como a tecnologia e a inovação podem contribuir no cenário de aceleração das mudanças climáticas? Quais tecnologias – high techs, tradicionais, indígenas? Quais os limites dessas contribuições enquanto a humanidade não altera a ética da sua relação com a natureza? A riqueza desse tema está justamente em todas as questões que ele desperta.

Escolha e relevância do tema

O professor titular da Universidade Federal de Goiás (UFG) e consultor de meio ambiente, Laerte Guimarães Ferreira Júnior, destaca a relevância atual do tema e a importância de reforçar o debate junto à população.

“Nós precisamos falar disso em todos os espaços possíveis, das mais variadas formas, inclusive usando os recursos audiovisuais. As mudanças climáticas constituem um dos grandes desafios contemporâneos globais. Essa temática não poderia ser mais relevante, urgente e necessária, principalmente pensando no Estado de Goiás, que tem uma economia fortemente baseada na produção de commodities agrícolas, que são afetadas pelas mudanças climáticas, além de ser um grande produtor de alimento e cultura, o estado é, sobretudo, produtor de água.  Precisamos debater esse assunto junto com a população e pensarmos também que o festival transcende a cidade e o Estado de Goiás”, afirma. 

Para a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFG, Luana Ribeiro, existe uma contradição em relação aos avanços tecnológicos e o retrocesso na conservação ambiental. Para ela, “é preciso reverter a ideia de que o progresso em tecnologia e inovação e a conservação do meio ambiente não caminham juntos”.  

“Assim, por vivenciarmos essas contradições, a escolha do recorte temático para o 25º Fica não poderia ser diferente, pois é preciso (re) pensar o futuro no qual tecnologia, inovação e meio ambiente caminhem na mesma esteira em prol da sobrevivência”, completa.

Yara Nunes, secretária de Estado da Cultura de Goiás, corrobora:  “A tecnologia é tanto causa dos diversos problemas ambientais que temos enfrentado, como a principal ferramenta de solução. O Fica, enquanto um dos principais festivais de cinema ambiental do mundo e o principal do Brasil,  é um canal importante para enriquecer esse debate na busca por soluções e engajamento”. 

Evento multicultural

O Fica 2024 conta com uma vasta programação gratuita, com mostras competitivas, debates com grandes nomes do cinema nacional e internacional, atividades de cunho ambiental e atrações culturais. A 25ª edição do festival é uma realização do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em correalização com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE).

O festival conta com apoio do programa Goiás Social; das secretarias de Estado da Retomada; de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti); e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad); Saneago; Universidade Estadual de Goiás (UEG), Instituto Federal de Goiás (IFG); Serviço Social do Comércio (Sesc) e Prefeitura da cidade de Goiás. Este ano o evento também tem como apoiadores a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Governo na palma da mão

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