História da Cidade de Goiânia

Em 20 de dezembro de 1932, Pedro Ludovico enviou uma comissão para escolher o local onde seria construido a nova capital. Uma região às margens do córregos Botafogo no município de Campinas fora escolhida e em agosto de 1935, foi criado o munícipio de Goiânia e, em 1937 foi oficialmente transferida a capital do Estado da cidade de Goiás para Goiânia.

Em 20 de dezembro de 1932, por força do decreto estadual número 2737, Pedro Ludovico criou uma comissão encarregada de escolher o local onde seria construída a nova capital, presidida por D. Emanuel Gomes de Oliveira, então bispo de Goiás. Os trabalhos da comissão foram instalados em 3 de janeiro de 1933, quando o coronel Antônio Pireneus de Souza, um de seus membros, sugeriu a escolha de três técnicos (os engenheiros João Argenta e Jerônimo Fleury Curado e o médico Laudelino Gomes de Almeida) para realizarem os estudos das condições topográficas, hidrológicas e climáticas das localidades de Bonfim (atual Silvânia), Pires do Rio Ubatan (atual vila de Egerineu Teixeira, em Orizona) e Campinas (atual bairro de Campinas). O relatório final da comissão apontou uma fazenda localizada nas proximidades do povoado de Campinas como local ideal para a edificação da futura capital. O relatório da comissão, após ser submetido ao parecer dos engenheiros Armando de Godoy, Benedito Neto de Velasco e Américo de Carvalho Ramos, foi encaminhado a Pedro Ludovico. Apesar da forte campanha antimudancista, o interventor decidiu que a capital seria construída na região de Campinas.

O decreto estadual número 3359, de 18 de maio de 1933, determinou a escolha da região às margens do córrego Botafogo, compreendida pelas fazendas "Criméia", "Vaca Brava" e "Botafogo", no então município de Campinas, para a edificação da nova capital de Goiás. Em 6 de julho de 1933, através do decreto 3547, Pedro Ludovico  encarregou o arquiteto urbanista Attilio Corrêa Lima da elaboração do projeto da nova capital em estilo Art Déco. Armando de Godoy reformularia o projeto original, inserindo o parcelamento do Oeste e fortes mudanças no arruamento do bairro Sul, concebendo tal área sob forte inspiração do movimento das cidades-jardim, teoria fundada pelo urbanista Ebenezer Howard. Em 1935, Armando assinou o plano diretor de Goiânia. A partir do plano, executado pelos engenheiros Jerônimo e Abelardo Coimbra Bueno, abriram-se três avenidas principais (Goiás, Araguaia e Tocantins), as quais confluem para a parte mais elevada do terreno do Centro, onde por sua vez foi erigido o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual. Uma quarta avenida principal (Paranaíba) foi aberta perpendicularmente às três avenidas mencionadas, conectando o Parque Botafogo ao antigo aeroporto (localizado no atual bairro Aeroporto).

Em outubro de 1933, o jornal O Social realizou um concurso cultural com seus leitores para escolher o nome da nova capital de Goiás. Em 16 de novembro do mesmo ano, o jornal trouxe a apuração dos votos. "Petrônia", nome em homenagem a Pedro Ludovico Teixeira, sugerido pelo poeta e juiz de direito da cidade de Pires do Rio, Léo Lynce (Cyllenêo de Araújo), havia recebido 105 votos, enquanto "Goiânia", nome sugerido pelo professor Alfredo de Faria Castro, não conseguiu atingir a marca de 10 votos. Ao assinar o decreto de 2 de agosto de 1935, Pedro Ludovico deixou claro que o resultado do concurso pouco importava para ele; o governante deu a denominação de Goiânia à nova capital, não revelando os motivos para tal escolha, que permanecem desconhecidos até hoje. Ludovico manifesta-se simplesmente, no artigo primeiro do decreto estadual 327, de 2 de agosto de 1935, "ficam fundidos em um único os atuais municípios de Campinas, Hidrolândia e parte dos territórios dos de Anápolis, Bela Vista e Trindade, que passarão a constituir o município de Goiânia…".

Em 24 de outubro de 1933, em local determinado por Corrêa Lima, — um planalto onde atualmente se encontra o Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica —, Pedro Ludovico lançou a pedra fundamental da nova cidade (decreto 3.929, de 21 de outubro de 1933). A data foi escolhida para homenagear os três anos do início da Revolução de 1930. Diversas caravanas oriundas do interior do estado saíram em direção ao local para prestigiar o evento. O padre Agostinho Foster realizou a missa solene, acompanhado pelo coral do Colégio Santa Clara, de Campinas. Após a missa, foi iniciada a roçagem do local e Pedro Ludovico proferiu um discurso onde previa que "dentro de cinco anos, grande porção desta área destinada à futura cidade estará coberta de luxuosas e alegres vivendas".

Em 2 de agosto de 1935, através do Decreto estadual 327, foi criado o município da nova capital, o qual recebeu o topônimo de Goiânia. Em 20 de novembro instalou-se o município e, em 13 de dezembro, o decreto 560 foi assinado, determinando a transferência da Secretaria Geral, da Secretaria do Governo e da Casa Militar para a cidade. Posteriormente, foram transferidas a Diretoria Geral da Segurança Pública e a Companhia de Polícia Militar (1935), e a Diretoria Geral da Fazenda (1936), sendo a efetiva transferência da capital do estado oficializada através do decreto número 1816 de 1937. Contudo, a inauguração oficial de Goiânia só aconteceria em 5 de julho de 1942 (decreto 5269, de 7 de fevereiro de 1942), quando foi realizado, no Teatro Goiânia, o batismo cultural da nova capital de Goiás. De 1° a 11 de julho, a cidade passou por um clima de euforia e palco de festas, discursos de políticos vindos de todo o país, sessões solenes, bailes e inúmeras inaugurações de obras. Na ocasião, realizaram-se também o 8º Congresso Brasileiro de Educação e a Assembleia-Geral do Conselho Nacional de Geografia e do Conselho Nacional de Estatística, órgãos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: Wikipedia

História da cidade de Goiânia

Mais detalhes sobre a história de Goiânia, capital do Estado de Goiás, publicada na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, Edição de janeiro/1958.
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Relação de Leis e Decretos sobre a edificação e transferência da Capital

Nº Decretos Ementa
2.737
Publicado no C.O. de 22-12-1932
Nomeia a Comissão para proceder aos estudos atinentes à adaptação ou escolha de local para a edificação da Nova Capital de Goiás.
2.851
Publicado no C.O. de 08-02-1933
Autoriza o Governador do Estado a contrair empréstimo de 6.000 contos de réis, no País, para custeio de despesas com a construção da nova Capital de Goiás.
3.359
Publicado no C.O. de 19-05-1933
Dispõe sobre a escolha do local para nele ser edificada a futura Capital do Estado e dá outras providências.
3.547
Publicado no C.O. de 08-07-1933
Encarrega o urbanista Atílio Correia Lima, representante da firma P. Antunes Ribeiro e Cia., do Rio de Janeiro do estabelecimento do projeto da futura Capital do Estado.
3.804
Publicado no C.O. de 25-09-1933
Designa Gustavo Adolfo Gonzaga de Siqueira e Luiz Honório Ferreira para, em comissão, procederem ao estudo e levantamento da linha divisória do município onde se localizará a futura Capital do Estado.
3.929
Publicado no C.O. de 21-10-1933
Decreta ponto facultativo em todas as repartições públicas estaduais nos dias 23, 24 e 25 de outubro do mesmo ano, quando se realizarão as solenidades do lançamento da pedra fundamental da futura Capital do Estado.
327
Publicado no C.O. de 02-08-1935
Dispõe sobre a formação e organização do município de Goiânia e criação da comarca da Nova Capital e dá outras providências.
560
Publicado no C.O. de 21-12-1935
Determina a transferência para Goiânia, nova Capital do Estado, das Secretarias Geral e do Governo e a Casa Militar.
657
Publicado no C.O. de 03-01-1936
Determina que se denomine Av. Goiás, a que, na planta da nova Capital, tomou o nome de Pedro Ludovico.
90
Publicado no C.O. de 10-11-1936
Autoriza a concessão gratuita, no Bairro Operário de Goiânia, de lote de terra, a todos aqueles que se comprometerem a iniciar construção dentro do prazo que especifica.
1.816
Publicado no C.O. de 23-03-1937
Transfere da cidade de Goiás para Goiânia a Capital do Estado de Goiás.
5.269
Publicado no C.O. de 07-02-1942
Dispõe sobre a escolha do dia 5 de julho de 1942 para inauguração oficial de Goiânia.
6.518
Publicado no C.O. de 16-10-1942
Concede mais um ano de prazo a particulares para conclusão de suas construções em lotes de Goiânia.

 

Leis Ementa
7.653
Publicado no D.O. de 09-07-1973
Transfere ao poder de disposição do Município de Goiânia os bens de uso comum do povo existente nos loteamentos urbanos feitos pelo Estado de Goiás, dentro dos limites territoriais do município.
7.947
Publicado no D.O. de 24-07-1975
Institui fundo especial para financiamento de obras e equipamentos em benefício do município de Goiânia, dos considerados de interesse da segurança nacional e dos declarados estâncias hidrominerais.

Governo na palma da mão

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