Galeria Antônio Sibasolly divulga selecionados para programa de exposições

Iniciativa tem apoio do Governo de Goiás, por meio do Fundo de Arte e Cultura, com premiações que variam de R$ 12 a 20 mil

A Galeria Antônio Sibasolly, de Anápolis, divulgou os nomes dos artistas selecionados, via edital, no programa de exposições da instituição. Na lista estão Fernanda Adamski, de Goiás, Alina Duchrow, do Ceará, e Marcela Campos, do Distrito Federal. As três foram escolhidas nas categorias estadual, nacional e regional, respectivamente.

A iniciativa é realizada pela Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria de Integração Social, em parceria com a Associação dos Amigos da Galeria de Artes Antônio Sibasolly. O projeto também conta com apoio do governo de Goiás, por meio do Fundo de Arte e Cultura, mecanismo gerenciado pela Secretaria de Estado da Cultura.

Em sua segunda edição, o programa recebeu 198 inscrições vindas de todo o Brasil e coube à Comissão de Seleção composta por Orlando Maneschy, Maria Adelaide Pontes e Paulo Henrique Silva – coordenador da Sibasolly – a escolha dos nomes que vão ocupar as salas da Galeria até o mês de agosto.

As propostas de exposições nas categorias estadual e regional, vão receber, cada, R$ 12.500,00 de prêmio participação, e na nacional, R$ 20.000,00 (menos impostos), explica Paulo Henrique Silva. Além das mostras, Fernanda, Marcela e Alina vão realizar oficinas de formação destinadas a artistas e estudantes de artes e áreas afins.

“Nosso programa de exposições se apresenta ao artista como mais um espaço de ocupação, de visibilidade para sua produção e de estímulo à reflexão sobre os movimentos estéticos em desenvolvimento ao integrar às exposições ações de formação artística”, afirma o coordenador da Galeria Antônio Sibasolly, Paulo Henrique Silva. Ele destaca que a Sibasolly passou por ampliação recente e agora conta com aproximadamente 400 m² de espaço expositivo, dando continuidade às políticas públicas no setor das artes visuais que têm se consolidado nos últimos anos.

Meio ambiente, memória e resgate

A Galeria Sibasolly recebe também a exposição “Teologia Natural”, da artista Alina Duchrow, selecionada na categoria nacional desta segunda edição do Programa de Exposições. A mostra, apresentada em Rabat, no Marrocos, durante o centenário da Independência em 2022, agora tem sua estreia no Brasil, revelando uma narrativa poderosa que atravessa fronteiras e tempos.

Alina Duchrow, arquiteta e artista visual nascida em Fortaleza, no Ceará, atualmente radicada em Rabat, Marrocos, apresenta uma obra que vai além do estético, mergulhando nas profundezas da história e da memória coletiva. Com uma pós-graduação em Artes Visuais pela Universidade Alanus Hochschule, na Alemanha, e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UNB, Alina traz em sua bagagem uma sólida formação que se reflete em sua arte.

A exposição “Teologia Natural” é um convite para uma jornada de reflexão sobre a relação entre o homem, a natureza e a história. Por meio de instalações, desenhos, vídeos e micronarrativas, Alina mergulha nos vestígios do colonialismo, desenterrando eventos esquecidos ou deliberadamente negados pelo discurso oficial.

O título da exposição remete à crença cristã de que a natureza existia para a melhoria do homem, contrastando com a realidade da exploração desenfreada dos recursos naturais em prol dos interesses mercantis. Alina denuncia os impactos da exploração da borracha na Amazônia, explorando as consequências ambientais e sociais desse processo histórico.

Destaque-se a instalação simbólica que representa a restituição da seiva para o mundo, desafiando a lógica mercantilista e buscando trazer de volta à floresta por meio desse elemento vital. Além disso, o vídeo preserva a memória dos migrantes cearenses na Amazônia, enquanto a instalação “Um”, realizada no Marrocos, narra a jornada dos judeus em busca do Eldorado da Borracha, na Amazônia, conectando mundos distintos e memórias que se entrelaçam.

“A exposição “Teologia Natural” não é apenas uma mostra, é uma provocação para repensarmos nosso papel como seres humanos e nossa relação com o meio ambiente e a história” afirma a artista, convidando o espectador a refletir sobre os traumas históricos e a ressignificá-los por meio da linguagem artística, em uma jornada que transcende fronteiras geográficas e temporais.

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