Texto: Rafael Vaz

Foto: Flávio Isaac

Milhares de pessoas lotaram o Centro de Pirenópolis, na noite deste sábado, 20 de dezembro, para conferir a apresentação de Alceu Valença. Considerado um dos maiores representantes da música nordestina no Brasil, o artista embalou o público ao som de Sol e Chuva, Xote das Meninas e Embolada do Tempo, entre outros sucessos. O show foi um dos mais esperados do Canto da Primavera 2014.

Em entrevista coletiva à imprensa, momentos antes de começar a apresentação, o músico fez uma breve análise da sua trajetória. São 40 anos de carreira e cerca de 20 álbuns gravados. “Sempre fiz questão de mesclar música e poesia. É uma união que deu certo”, afirmou. Alceu explicou que, desde o início, se inspirava no avô, o poeta e violeiro Orestes. “Tem muito dele na minha história com a música. Ao longo destes anos, procurei absorver a cultura e a brasilidade que ele carregava”, revelou.

Formado em Direito e Jornalismo, Alceu deixou as duas profissões para se dedicar inteiramente à música. “Quando uma pessoa nascer artista, a própria arte corre atrás dela. E foi assim comigo: a arte sempre me puxava”, disse. Segundo ele, seu caminho não podia ser outro. “Não consigo me imaginar fazendo outra coisa”, declarou.

O pernambucano também afirmou que festivais como o Canto da Primavera são muito importantes para a cultura brasileira. “Sou um homem da estrada, amo viajar pelo Brasil e ver que os estados estão cada vez mais sintonizados com a música. Iniciativas como esta fortalecem nosso trabalho com a música”.

Já no palco, Alceu Valença mostrou porque é considerado um dos maiores cantores em atividade de todo o país. Inspirado, ele misturou repentes de viola, baião e xote. No repertório, ele cantou composições mais recentes, redescobriu preciosidades da sua enorme discografia. A chamada “identidade valenciana” levou o melhor da música nordestina para o palco goiano.