O trabalho de arquivar os atos oficiais do Governo de Goiás, tarefa que fica a cargo da Secretaria da Casa Civil, é fundamental para preservar a história do Estado, manter vivas as memórias de cada uma das administrações e resguardar a evolução do arcabouço legislativo goiano. No entanto, freqüentemente esse trabalho ganha outro sentido com a busca de decretos ou outras legislações por pessoas que buscam reconhecer seus direitos.

Nesta semana, a ex-servidora estadual Ana Mendes, de 86 anos, que trabalhou como copeira no Palácio das Esmeraldas ainda na década de 1960, procurou a secretaria em busca de seu decreto de nomeação para iniciar a revisão da sua aposentadoria. Contudo, Ana Mendes não se lembrava mais do ano em que foi nomeada e nem mesmo do sobrenome de solteira, usado na época da publicação do ato.

Segundo a servidora Rosilene Fernandes, que auxiliou no atendimento, só foi possível começar as pesquisas depois de muito diálogo. “Como ela não se lembrava de muitos detalhes da época, precisamos conversar para saber ao menos um recorte temporal que permitisse iniciar as pesquisas. Descobrimos que ela trabalhou na época do governador Irapuã Costa Júnior e começamos as buscas nos índices dos anos em que ele foi governador. Encontramos a nomeação dela em um decreto de dezembro de 1966”, conta Rosilene.

Para a ex-servidora, encontrar o documento era um desafio que já a deixava sem esperanças. “Eu não me lembro mais de muita coisa, mas resolvi tentar porque é um direito meu e esse dinheiro faz falta. Já estava sem esperanças. Eles me receberam muito bem aqui na secretaria e me ajudaram”, disse Ana Mendes. O Chefe do Núcleo de Consolidação da Legislação, Cleusmar Teixeira, que atendeu a ex-servidora, afirmou que “é um caso onde o decreto só pode ser encontrado pela Casa Civil, com a busca manual nos livros arquivados, já que não haviam informações suficientes para a busca no site”.

O bom atendimento à população é prioridade para os servidores da secretaria e uma recomendação expressa do titular da Casa Civil, Anderson Máximo. Para Rosilene, “é um trabalho importante e gratificante porque podemos contribuir com as pessoas”. “Servir efetivamente quem nos procura, oferecer documentos que eles precisam e que só podem ser encontrados aqui”, destaca.