Alemães manifestam interesse em investir em projeto ferroviário

Governo de Goiás

O governador Marconi Perillo dedicou a agenda de trabalho da missão comercial à Europa, nesta segunda-feira (19/10), em Berlim, a reuniões com autoridades e empresários do setor logístico da Alemanha. Marconi apresentou as oportunidades, obras e projetos do Estado de Goiás no setor e ouviu manifestações de interesse dos alemães pela proposta de implantação da Ferrovia Brasília-Goiânia e pela utilização da Plataforma Logística Multimodal e do Aeroporto de Cargas de Anápolis para o intercâmbio comercial entre Brasil e Alemanha.

Os alemães receberam o governador e auxiliares da comitiva do Governo de Goiás no Ministério de Transportes e Infraestrutura Digital e detalharam a proposta de fazer da Alemanha um portão de entrada dos produtos goianos para todo o mercado europeu. O ministro de Transportes e Infraestrutura Digital, Michael Odenwald, determinou, a partir da explanação do governador, que a pasta inclua Goiás no Congresso de Segurança de Transportes que a Alemanha realizará no Brasil nos próximos meses. 

Por sugestão do governador, a Federação da Indústria do Estado de Goiás (Fieg) vai promover um encontro empresários goianos e alemães para a discussão de oportunidades de investimento. A agenda, ainda a ser detalhada, vai incluir a intermediação do governador de Goiás junto às federações industriais de Goiás e do Brasil para criação de uma Aliança Nacional de Logística.

Marconi relatou seu permanente contato com os alemães, desde que presidiu, já em seu primeiro mandato à frente do Governo de Goiás (1999-2002), o Encontro de Comércio Bilateral Brasil-Alemanha. O governador trabalha agora para que Goiás volte a sediar uma nova rodada de encontros, considerando que o Estado avançou muito neste período, multiplicando em vinte vezes sua balança comercial e sua capacidade exportadora e em dez vezes o seu Produto Interno Bruto (PIB) desde 1999.

A Alemanha construiu uma aliança em torno da infraestrutura que foi capaz de qualificar o país e torná-lo o mais competitivo da Europa. Assim como no caso de Goiás no Brasil, a Alemanha é centro logístico da Europa, uma espécie de caminho obrigatório para o trânsito de pessoas, serviços e mercadorias no continente. A Aliança Logística da Alemanha se deu com a junção dos setores público e privado, com resultados que movimentam boa parte da economia mundial através da Europa.

A novidade deste modelo está na centralização das demandas de logística no país de forma a localizar os melhores e mais capacitados parceiros públicos ou privados capazes de atender às necessidades de cada setor. Marconi trouxe convites aos empresários alemães para investimentos em Goiás, especialmente no ritmo do que chamou de “audacioso projeto de inovação tecnológica”.

Para o governador, “é o momento de maiores oportunidades de investimentos estrangeiros no País”, citando projetos como a Ferrovia Goiânia-Brasília, de média velocidade, a Plataforma Logística Multimodal e o Aeroporto de Cargas de Anápolis. Marconi também mencionou as oportunidades de investimentos em concessões ferroviárias, rodovias, aeroportos e investimentos na verticalização da produção.

Ele explicou que a proposta inicial de implantação da ferrovia previa a instalação de um trem de alta velocidade, mas que o amadurecimento das discussões em torno de sua viabilidade resultou na opção por um projeto de média velocidade. Ele explicou que essa proposta já está em fase de licitação para concessão ao setor privado. O governador observou que a Ferrovia Brasília-Goiânia tem gerado grande interesse entre investidores do setor logístico nacional e estrangeiro, especialmente depois que a proposta de construção do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo esfriou.

Ele incentivou a ampliação da parceria para inclusão de outros investimentos concretos das empresas de logística alemãs nas demandas de Goiás.  Ficou acertada a visita do Ministro de Infraestrutura da Alemanha a Goiás, já em novembro, com o objetivo de unir interesses em logística tanto dos goianos, que desejam entrar na Europa, como dos Alemães interessados no mercado brasileiro através de Goiás.

Marconi saiu do encontro convencido de que o Brasil precisa seguir o exemplo alemão e construir uma aliança logística nacional. O governador disse que levará a sugestão às Federação das Indústrias no Brasil e se ofereceu para servir de intermediário de aproximação com a Federação Alemã para uma troca de experiências e sintonização de interesses.

Acompanhado da embaixadora brasileira, Maria Luiza Viotti, Marconi se reuniu com o secretário de estado de Economia e Energia, Mathias Machnig e o diretor de Política Externa do Ministro da economia e Energia, Knut Brunjes.

 

Melhor que o Brasil

O governador Marconi Perillo aproveitou para demonstrar que, ao contrário do Brasil, Goiás tem conseguido índices de crescimento acima da média nacional justamente pelas facilidades tributárias e simplificação da burocracia. Marconi apresentou em vídeo e dados os resultados do setor produtivo como demonstração de que o próprio mercado de capitais tem percebido em Goiás um caminho mais seguro para seus investimentos. 

O secretário Machnig se disse impressionado com as informações sobre Goiás, alegando que apesar da situação atual do Brasil o país continua sendo parceiro importante e estratégico para a Alemanha. “Há mais de 100 anos as empresas alemãs investem no Brasil”, lembra. Especificamente sobre Goiás, o Governo Alemão demonstra interesse em alguns campos de cooperação. Há muita simpatia pelas metas ambiciosas no setor de energias renováveis. Também há interesse no setor de mineração com investimentos da prospecção e comércio de minerais. O setor automobilístico, representado principalmente pela BMW e Volkswagen, também manifestou interesse na diversificação do sistema de distribuição e na rede de fornecedores. Os alemães também veem muito potencial na área de infraestrutura para a gestão de aeroportos, estradas e ferrovias. 

Nos encontros diplomáticos de hoje, em Berlim, Marconi elogiou os alemães pelo trato humanitário que têm dado aos refugiados de outros países em crise. “Para nós brasileiros esse tratamento se identifica muito com a forma com que enxergamos o próximo”.

Alemanha

A Alemanha é um dos principais fornecedores de insumos farmacêuticos para Goiás. No ano passado, a economia goiana importou da superpotência europeia 667,6 milhões de dólares de matéria prima para seu polo farmacêutico e vendeu 90,4 milhões de dólares em carne bovina e sulfetos, basicamente, totalizando um saldo de 557,2 milhões de dólares, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio (Mdic).

Toda a pauta de importação é composta de insumos, como fração de sangue, cloreto de potássio e outros compostos.  Na exportação, a carne bovina goiana responde por 28,5 milhões de dólares e o sulfeto 19,1 milhões de dólares. Juntos, totalizam metade da pauta de exportação do Estado no ano passado para a Alemanha. Nos últimos anos, o açúcar vem ganhando expressividade. Em 2014, a commodity totalizou 1,1 milhão de dólares.   

A Alemanha é a economia mais rica da Europa. A indústria alemã é altamente desenvolvida em função da tecnologia empregada e da eficiência produtiva. Embora tenha sido atingida pela crise econômica mundial de 2008, os efeitos não foram tão fortes quanto nos outros países europeus, sendo que a economia alemã tem apresentado um crescimento gradual nos últimos anos. Atualmente, a Alemanha possui a 4ª maior economia do mundo, com um PIB de 3,6 bilhões de dólares.

FONTE: Gabinete de Gestão de Imprensa do Governador

 

 

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