Grupo de trabalho entre governo federal, Governo de Goiás e setor farmacêutico discutirá avanços na produção de matéria-prima de vacinas e kit de intubação
Após reunião no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, vice-governador Lincoln Tejota diz que iniciativa visa garantir mais autonomia do Brasil em relação a esses produtos, e tem polo farmoquímico de Goiás como foco
O vice-governador Lincoln Tejota se reuniu, nesta quarta-feira (09/06), em Brasília, com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes e representantes do setor farmacêutico, para tratar de alternativas à importação de kits de intubação e de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). O objetivo é diminuir a dependência do Brasil à produção de outros países e, assim, evitar atrasos na produção de vacinas e falhas na prestação de assistência médica.
A reunião, realizada de modo híbrido, com participantes presenciais e por via remota, contou com a participação do secretário de Empreendedorismo e Inovação, Paulo César Alvim; e do diretor de Planejamento e Avaliação da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), João Balestra.
A partir da reunião, ficou definida a criação de um grupo de trabalho com representantes do Ministério, do Governo de Goiás, da Sudeco e do Polo Farmoquímico de Goiás. Atualmente, o setor emprega, em Goiás, 14 mil pessoas de forma direta e gera outros 50 mil empregos indiretos. O Produto Interno Bruto (PIB) dessas empresas ultrapassa os R$ 11 bilhões por ano.
Produção de insumos
Lincoln Tejota ressaltou, no encontro, que Goiás é o segundo maior polo farmacêutico da América Latina e pode auxiliar no suprimento dessa demanda. O Estado tem, ainda, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) que é uma instituição capaz de produzir e disseminar conhecimento técnico-científico para a produção dos insumos, além da Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), laboratório estatal que está sendo preparado para um novo nível de produtividade.
“Há uma vontade de todo o setor farmacêutico do Estado e também do nosso governo para que a gente possa produzir em Goiás o IFA de vacinas e o kit de intubação, e tornar o nosso País autônomo. Temos uma indústria de ponta, extremamente especializada e a capacidade de evoluir em conhecimento técnico para contribuir com um legado de autossuficiência”, destacou o vice-governador.
Tejota lembrou durante a reunião, que, por determinação do governador Ronaldo Caiado, o Governo Estadual construiu um ambiente favorável para o investimento por parte do setor privado e com total apoio à inovação tecnológica. “Nosso Estado está pronto para auxiliar o Brasil e governo federal a vencer esse momento difícil. Caminhar para uma produção própria é alavancar ainda mais nosso crescimento industrial, mas também colocar o País numa nova etapa de progresso científico”, afirmou o vice-governador.
Trabalho conjunto
Para o vice-governador, as parcerias são fundamentais para gerar boas soluções. Diante da pandemia de Covid-19, isso tornou-se ainda mais relevante. “Precisamos de parcerias para que a gente possa sair mais rápido desse momento e colocar nossa economia para crescer e avançar, gerando empregos e desenvolvimento”, opinou.
Segundo o ministro Marcos Pontes, há uma convergência de interesses em relação ao tema, e o ministério tem feito pesquisas a fim de garantir a autonomia brasileira nesse aspecto. “Mais do que estratégia e soberania, a independência significa sobrevivência para o País. Com o agravamento da pandemia na Índia, por exemplo, eles deram prioridade para a situação interna, e nós nos vimos vulneráveis quanto aos insumos”, ressaltou.
O ministro ainda reforçou que trazer essa produção para o Brasil contribui para o fortalecimento da economia e para a geração de empregos. Já o diretor de Planejamento e Avaliação da Sudeco, João Balestra, afirmou que “o polo farmoquímico de Goiás não perde para nenhum Estado do País. Essa vai ser uma grande oportunidade para desenvolver os insumos que tanto precisamos nesse momento”.