Patrimônio Mundial Natural da Unesco, Estação Ecológica Chapada de Nova Roma completa três anos
Unidade de conservação pioneira integra o maior conjunto de preservação do Cerrado do Brasil e abriga importantes nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins
A Estação Ecológica Chapada de Nova Roma (Esec-CNR) completa, nesta terça-feira (11/08), três anos de criação. A unidade de conservação ambiental, única do tipo em Goiás, está localizada na região da Chapada dos Veadeiros, região Nordeste do Estado, especificamente na Serra do Forte, porção mais elevada do município de Nova Roma.
Segundo a legislação ambiental, Estação Ecológica é uma categoria de unidade de conservação de proteção integral que tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. Nesses territórios é proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional, e a pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável.
Desde 2019, a estação ecológica compõe o conjunto de Sítios do Patrimônio Mundial Natural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por seu valor excepcional universal e sua importância para o presente e o futuro da humanidade.
Após a expansão do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em 2017, a Esec-CNR passou a ser totalmente circundada pela unidade de conservação federal. Somada à Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto, ao Território Quilombola Kalunga, à Terra Indígena Avá Canoeiros e dezenas de outras localidades protegidas, particulares e municipais, constituem a maior área contínua de Cerrado conservado no Estado de Goiás.
Segundo a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, o alcance da importância da Chapada de Nova Roma ser protegida é imensurável. “Temos ali pelo menos sete fitofisionomias do Cerrado, um dos últimos refúgios para a vida silvestre, principalmente de espécies ameaçadas de extinção, e um conjunto riquíssimo de nascentes que dão vazão a córregos que abastecem a Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins”, afirma. “Manter a Estação Ecológica intacta, com o uso para pesquisas, nos ajuda a entender a dinâmica do Cerrado, inclusive para nos munir de informações que possam ser implementadas na recuperação de áreas degradadas”, completa.
Para garantir a preservação deste tesouro ambiental enquanto Patrimônio da Humanidade, o Governo de Goiás, desde 2019, trabalha para implementar melhorias que garantam as condições de integridade e autenticidade exigidas pela Unesco. Um total de R$ 450 mil em recursos de compensação ambiental foram destinados à unidade de conservação. “Eles serão utilizados para a aquisição de equipamentos de apoio à pesquisa e de combate a incêndios, bem como para obras de melhoria da estrutura da sede, abertura e sinalização de trilha interpretativa e ações de educação ambiental junto à comunidade local, principalmente de combate à caça de animais silvestres”, afirma a chefe da Estação Ecológica Chapada de Nova Roma, Franciele Parreira Peixoto.
“É um tipo de unidade de conservação que demanda um corpo técnico qualificado, ações específicas e uma gestão integrada com diversos entes, como as administrações municipais, órgãos federais, Corpo de Bombeiros, instituições de ensino e pesquisa, além das outras áreas de proteção do entorno”, explica Andréa Vulcanis.
Uma importante ação conjunta tem sido feita com a prefeitura do município de Nova Roma, que formalizou esse ano uma parceria com a Estação Ecológica e fornece suporte operacional em diversas frentes.
Criação
A área da Estação Ecológica Chapada de Nova Roma passou a ser gerida pelo Governo de Goiás em 2009, após a doação da área por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta entre o Ministério Público de Goiás e o Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer).
Em 05 de junho de 2009, Dia Mundial do Meio Ambiente, foi assinado o decreto que garantiu a posse provisória do Estado de Goiás da área doada pelas siderúrgicas mineiras como compensação pelos danos ambientais causados com a devastação do Cerrado para a produção de carvão.
Em 05 de junho de 2009, Dia Mundial do Meio Ambiente, foi assinado o decreto que garantiu a posse provisória do Estado de Goiás da área doada pelas siderúrgicas mineiras como compensação pelos danos ambientais causados com a devastação do Cerrado para a produção de carvão.
A Esec-CNR foi a primeira Estação Ecológica criada em Goiás, com sua área 100% de posse e domínio público. O decreto de criação da Estação Ecológica foi publicado apenas em 2017, mas a unidade de conservação já contava com a presença da gestão ambiental do Estado, com execução de ações de proteção e monitoramento na área. Em 2011, uma proposta de Plano de Manejo foi elaborada e aprovada posteriormente, no ano de 2017.