Saúde estadual realiza palestras sobre processo de doação de órgãos no HCN
Unidade do Governo de Goiás, em Uruaçu, na região norte, é também referência em captações de órgãos, alcançando a quarta posição de notificador do Estado
O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), promoveu, no final de abril, palestras sobre o processo de captação e doação de órgãos. Referência no Estado e no Sistema Único de Saúde (SUS), a unidade do Governo de Goiás em Uruaçu realizou este ano nove procedimentos de captação de órgãos para doação.
As representantes da Central Estadual de Transplantes (CET) da SES-GO, Nathalia Mendonça e Dirce Gomes, ministraram palestras sobre o processo de doação de órgãos e tecidos, apresentado dados, lista de espera e critérios técnicos, ressaltando a importância do trabalho das equipes de captação. Elas destacaram o trabalho da CET e de instituições públicas e particulares parceiras, entre elas o HCN, que vêm ganhando notoriedade como referência nos números de notificações e captações de órgãos em Goiás, alcançando a quarta posição de notificador do Estado.
Além disso, a psicóloga da Central de Transplantes, Patrícia Vasconcelos, liderou uma oficina sobre comunicação em situações críticas e entrevistas familiares, enfatizando a importância da empatia e do acolhimento aos entes queridos, orientando sobre a abordagem correta e respeitosa durante esse momento delicado. Patrícia também destacou o protocolo de doação, que busca sempre minimizar traumas psicológicos e respeitar as necessidades de cada caso.
O HCN se tornou um grande aliado dessa causa, instruindo e estimulando familiares e pacientes sobre a importância de ser um doador. “Sabemos que é um momento difícil lidar com a dor da perda, por isso as famílias são abordadas e amparadas pela equipe multidisciplinar da comissão responsável com todo cuidado e atenção”, afirma o presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) e coordenador da UTI do HCN, Dieimys Lucas Cândido.
A Cihdott do HCN é composta por profissionais do serviço social, psicólogos, equipe médica e de enfermagem, entre outros departamentos importantes para a efetivação da captação.
Doação de órgãos
No Brasil, mais de 65 mil pessoas aguardam na lista de espera por órgãos, um dos maiores números dos últimos 25 anos. A posição da pessoa na fila depende de diversos fatores, tais como compatibilidade, idade, doenças associadas e grau de urgência, conforme avaliação da equipe cirúrgica e sempre com o conhecimento do receptor. Quem regula a fila é o Sistema Único de Saúde (SUS), e os órgãos doados vão para pacientes que aguardam na fila nacional única, controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
A doação de órgãos é um ato de amor que possibilita salvar muitas pessoas. Para se tornar um doador em vida, a pessoa deve ter mais de 21 anos e concordar com a doação, desde que não comprometa sua própria saúde. A doação após morte encefálica só ocorre com autorização da família. Por isso, é importante comunicar para as pessoas mais próximas o desejo de se tornar um doador.
Victor Weber (texto) e Cristiano Martins (foto)/Imed