Saúde amplia para de 15 a 45 anos vacina a pessoas que usam profilaxia ao HIV
Método preventivo oferecido pelo SUS em postos de saúde de todo o País tem como objetivo fortalecer a proteção contra o vírus responsável por diversos tipos de câncer
Pessoas de 15 a 45 anos que fazem uso da profilaxia pré-exposição ao vírus HIV (Prep) vão poder também receber a vacina contra o papilomavírus humano (HIV). É o que estabelece Nota Técnica do Ministério da Saúde (MS) recebida pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), a exemplo de todas as Secretarias de Saúde do País, na quarta-feira (4/7). Esse método preventivo oferecido pelo Sistema Único de Saúde tem como objetivo fortalecer a proteção contra o vírus responsável por diversos tipos de câncer.
Os postos de saúde dispõem da vacina quadrivalente (HPV 4), que previne as principais complicações do HPV. Até então, o público-alvo eram crianças e adolescentes de 9 e 14 anos, em dose única; pessoas imunocomprometidas de 9 a 45 anos, incluindo as que vivem com HIV e AIDS, pacientes oncológicos e transplantados e pessoas de 15 a 45 anos vítimas de violência sexual, no esquema de três doses. A vacina também está indicada para pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PRR) a partir de 2 anos de idade, que devem apresentar a indicação médica para vacinação.
A literatura médica registra que o HPV provoca ISTs e está associada a verrugas anogenitais e ao desenvolvimento de câncer de colo do útero, vulva, pênis, ânus, boca e garganta. Sua transmissão, usualmente, se dá pela via sexual, mas pode também pode ser transmitido através do contato direto com pele ou mucosa infectada. Em geral, a infecção se manifesta entre um e dois anos após a exposição, podendo evoluir para neoplasias relacionadas ao HPV, caso se mantenha persistente.
A Prep é indicada para pessoas a partir de 15 anos sexualmente ativas e com risco aumentado para a infecção pelo HIV. Destaca-se a oferta para populações-chave, como gays e homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trans, trabalhadoras do sexo, pessoas privadas de liberdade e as que usam álcool e outras drogas.
Também é ofertada ao grupo considerado prioritário: população negra, adolescentes e jovens, indígenas, pessoas em situação de rua. Dados do MS mostram que, em março de 2024, aproximadamente 84.926 pessoas estavam em uso de Prep – 82% HSH, 3,2% mulheres trans/travestis, 6,7% homens cisgêneros heterossexuais e 5,8% mulheres cisgêneras.
De acordo com a gerente de Imunização da Superintendência de Vigilância em Saúde de Goiás (Suvisa/SES-GO), Joice Dorneles, é importante que todos que se enquadrem nesses grupos também procurem um posto de saúde em seu município para receberem a vacina. “Além da proteção individual, a vacina tem como objetivo também a redução da circulação do vírus na comunidade, contribuindo, assim, para toda a saúde pública.”
A Prep consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. A pessoa em Prep realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). No serviço público de saúde, a profilaxia pode ser prescrita por enfermeiros, farmacêuticos e médicos da atenção primária à saúde ou dos serviços especializados (SAE). Autoridades médicas ressaltam, no entanto, a importância do sexo seguro, com uso de preservativos, entre outras medidas.
José Carlos Araújo/Comunicação Setorial
Foto: arquivo SES-GO