A Primeira Jornada Científica realizada pela Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Goiás (SES) ontem, 22 de novembro, no auditório da Superintendência de Saúde e Trabalho para O SUS (SEST-SUS) atingiu, com êxito, o objetivo proposto: divulgar trabalhos científicos, democratizando o conhecimento produzido nos últimos cinco anos. No total 130 trabalhadores da rede pública de saúde participaram do evento que apresentou, em sua maioria, trabalhos científicos que foram produzidos nas unidades de Saúde da SES. De acordo com Aurélio de Melo Barbosa, gerente do Centro de Excelência em Ensino, Pesquisas e Projetos Leide das Neves Ferreira, o público demonstrou muito interesse nos trabalhos científicos apresentados.

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Ainda segundo Barbosa, as temáticas na área de saúde foram diversas e abordaram desde trabalhos epidemiológicos que envolvem estudos sobre hanseníase, coinfecção de HIV e tuberculose, até pesquisas sobre gestão de sistemas de serviços de saúde.
Outro tema que chamou a atenção do público e que traz a realidade social para a discussão científica foi um estudo apresentado sobre Representações Sociais sobre crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. “Esses trabalhos subsidiam, na prática, o planejamento de estratégias e políticas de saúde”, ressalta Aurélio.

A PRÁTICA DA CIÊNCIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Convidados de peso foram os responsáveis pelas duas palestras ao longo do dia. Na parte da manhã o Dr. José da Rocha Carvalheiro apresentou uma visão global sobre a forma como as pesquisas científicas são fomentadas pelo Sistema de Saúde. Em seguida fez uma análise da situação brasileira e defendeu que, em todo País, é preciso que o SUS estimule e valorize as pesquisas regionais realizadas pelos profissionais da ponta. Uma das soluções apontadas pelo especialista foi a abertura de novos programas de mestrado e doutorado profissionais em toda a Rede SUS. Doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo, Carvalheiro atua no Instituto de Saúde da Secretaria da Saúde do Estado de Goiás. 

No período vespertino o Dr. Jorge Otávio Maia Barreto, da Fundação Oswaldo Cruz de Brasília falou sobre Evidências Científicas na tomada de decisão. Segundo ele, as pesquisas científicas não são realizadas de acordo com as necessidades de saúde da população.

Outro problema apontado por Barreto durante a palestra foi a rejeição dos gestores em utilizar os resultados de pesquisas científicas, seja por não ter acesso ao conhecimento, seja pela dificuldade que encontram na compreensão da linguagem científica, ou simplesmente pelo fato de que aquele conhecimento produzido não é aplicável aos problemas vividos na realidade.
Nesse sentido, o palestrante ressaltou a importância de se aproximar gestores e pesquisadores em uma agenda única de planejamento de pesquisas e tradução do conhecimento científico para uso na prática.