Infectologista do Hospital de Jataí alerta sobre a prevenção de hepatites virais
Durante o Julho Amarelo, Governo de Goiás intensifica campanhas em todo o estado e reforça ações de vigilância
Julho é o mês dedicado ao combate às hepatites virais, uma iniciativa instituída pela Lei nº 13.802/2019 com o objetivo de reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle dessa doença. Na região sudoeste do estado, o Hospital Estadual de Jataí Dr. Serafim de Carvalho (HEJ) intensificou ações educativas entre os pacientes e acompanhantes que frequentam a unidade.
Hélio Ranes, médico infectologista do HEJ, explica que as hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes tipos de vírus, classificadas como A, B, C, D e E. “Essas doenças podem ser silenciosas, muitas vezes não apresentando sintomas, o que torna a conscientização e a testagem fundamentais”, alertou.
O médico explica que as hepatites virais apresentam diferentes formas de contágio e gravidade. “A hepatite A, por exemplo, está associada a condições precárias de saneamento e higiene, enquanto a hepatite B é transmitida principalmente por via sexual e contato sanguíneo. A hepatite C é atualmente considerada a maior epidemia viral, sendo a principal causa de transplantes de fígado. Já a hepatite D ocorre somente em pessoas já infectadas pelo vírus da hepatite B, e a hepatite E, embora menos comum no Brasil, pode provocar graves complicações em gestantes”, pontuou.
Prevenção
Ranes, que atua diretamente no Serviço de Assistência Especializada (SAE) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), destaca o trabalho realizado pelo HEJ com campanhas de prevenção e tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O infectologista destacou a importância da prevenção para essa doença, que apresenta mais de uma classificação e, por isso, tem diferentes abordagens de enfrentamento.
“Para a hepatite A, a vacina é altamente eficaz e segura. Já a hepatite B também possui vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), e é fundamental usar preservativos em todas as relações sexuais para evitar a transmissão”. Ele também alerta para a necessidade de não compartilhar objetos pessoais que possam estar contaminados com sangue, como seringas, agulhas e alicates de unha.
O médico chama a atenção para a importância da testagem, que pode ser feita de forma gratuita no SUS. “Muitas pessoas desconhecem que estão infectadas com hepatite, o que dificulta o controle da doença. O diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento adequado, disponível na rede pública de saúde”. Hélio reforça que o SUS oferece tratamento para todos os tipos de hepatite, independentemente do grau de lesão do fígado.
Os testes rápidos, disponíveis nas unidades básicas de saúde e nos CTAs, são uma ferramenta eficaz para o diagnóstico. “O exame é simples e rápido, uma gota de sangue do dedo é suficiente para obter o resultado em poucos minutos. Para hepatite B e C, temos essa forma de teste disponível no HEJ e no CTA de Jataí”, esclarece o infectologista.
Julho Amarelo
A campanha Julho Amarelo é um marco importante na luta contra as hepatites virais no Brasil, promovendo a conscientização, a prevenção e o tratamento adequado para uma doença que, muitas vezes, pode ser silenciosa, mas com consequências graves se não diagnosticada e tratada a tempo. “Durante o mês de julho, a mídia e os meios de comunicação falam mais sobre o assunto, o que impulsiona as testagens e ajuda a identificar novos casos”, comenta Ranes. Ele enfatiza que a prevenção é a melhor forma de combater as hepatites virais.
Principais Tipos de Hepatites
Hepatite A: Transmissão fecal-oral. Prevenção: vacina, higiene e saneamento básico.
Hepatite B: Transmissão sexual e sanguínea. Prevenção: vacina e uso de preservativos.
Hepatite C: Transmissão sanguínea. Prevenção: evitar compartilhamento de objetos contaminados. Não há vacina.
Hepatite D: Ocorre em co-infecção com hepatite B. Prevenção: vacina contra hepatite B.
Hepatite E: Transmissão fecal-oral. Prevenção: melhoria das condições de higiene e saneamento.
Thalita Braga (texto) e João Eduardo Ferreira (foto) – Fundahc/UFG