HGG realiza mutirão de cirurgias para tratamento da endometriose
Força-tarefa já concluiu quatro cirurgias, das 17 previstas para zerar a fila de pacientes com esse perfil na unidade do Governo de Goiás até início de setembro
O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) realizará, até o início do mês de setembro, 17 cirurgias para tratamento da endometriose. Quatro pacientes já passaram pelos procedimentos, duas delas na semana passada. A força-tarefa pretende zerar a fila de pacientes que aguardam por essa cirurgia na unidade do Governo de Goiás. Para realizar o mutirão, o hospital vai contar com o trabalho em conjunto das equipes de ginecologia e cirurgia do aparelho digestivo.
Todos os procedimentos vão ser realizados por meio da videolaparoscopia, técnica que utiliza câmeras introduzidas no abdômen do paciente. O método cirúrgico, considerado um dos mais modernos, consiste em pequenas incisões, em vez de grandes cortes, o que resulta em menor trauma para o paciente, propiciando uma recuperação mais rápida, reduzindo o tempo de internação hospitalar e permitindo que o paciente retorne às suas atividades normais mais rapidamente.
Doença crônica, a endometriose é um processo inflamatório que costuma estar associado com dores limitantes e infertilidade em mulheres em idade reprodutiva. O médico Eduardo Pontes, supervisor da residência de endoscopia ginecológica do HGG, explica que a endometriose é a presença de endométrio, ou seja, de tecido que reveste o útero internamente, fora da cavidade uterina.
“A doença é determinada por múltiplos fatores. A menstruação retrógrada e o sistema imunológico deficiente são as causas mais consideradas atualmente. A menstruação retrógrada ocorre quando o sangue menstrual, ao invés de ser eliminado apenas pela vagina, reflui através das trompas uterinas e alcança os órgãos da parte interna da pelve”, pontua.
“Esse conteúdo endometrial, na ausência de uma boa ação do sistema imunológico, pode aderir aos ovários, a parede da vagina, ao intestino e outros, levando a um processo inflamatório e a outras complicações na região, o que justifica a dor pélvica e a dificuldade para engravidar”, acrescenta o médico. Eduardo Pontes reforça que o tratamento mais frequentemente realizado é o medicamentoso, com uso de hormônios que levam à redução dos focos de endometriose.
“Quando o tratamento clínico falha ou existem lesões volumosas ou que obstruem órgãos, como o intestino e o ureter, o tratamento cirúrgico é realizado. É uma cirurgia delicada, no entanto, sem grandes riscos para as pacientes. A gente estima que as mulheres que passarão por este procedimento aqui no HGG ficarão internadas por, no máximo dois dias e, em até 20 dias, poderão realizar suas tarefas habituais”, disse.
A endometriose é considerada uma doença da mulher moderna, que engravida tardiamente, amamenta pouco e tem número excessivo de fluxos menstruais ao longo da vida, associado a fatores genéticos, ao estresse e à exposição a poluentes que comprometem o funcionamento do sistema imunológico.
Alex Bruno Maia (texto e foto)/Idtech