Atenção Básica registra cicatrização de lesões em 98% dos pacientes

Após a implantação do “Serviço de Feridas” por uma equipe de enfermeiros do município de Itumbiara, 98% dos pacientes atendidos na Atenção Básica tiveram melhora na cicatrização de lesões, principalmente diabéticos. O serviço também proporcionou a redução do número de hospitalização e maior qualidade de vida dos pacientes. Os resultados fazem parte do trabalho “Inserção do Enfermeiro na Avaliação, Prescrição e Tratamento de Feridas na Atenção Básica” do município, que vai representar Goiás na 16ª Mostra “Brasil Aqui Tem SUS”, nos dias 2 e 3 de julho, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. 

Promovida pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), em parceria com os Conselhos das Secretarias Municipais de Saúde Estaduais (Cosems), a edição de 2019 será realizada durante o 35º Congresso Conasems e será a maior de toda a história. No total, foram inscritas 500 experiências exitosas provenientes de todos os Estados brasileiros. 

Uma equipe formada por especialistas, mestres e doutores da Superintendência de Educação em Saúde e Trabalho para o SUS (Sest-SUS), da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), foi a responsável pela seleção dos trabalhos realizados no Estado, a pedido do Cosems. No total, foram inscritos 59 relatos que contemplaram experiências exitosas no SUS de 20 municípios. Dentre os inscritos, 17 foram selecionados para serem apresentados nesta 16ª Edição. 

“Uma das exigências do regulamento da mostra era de que os projetos teriam que ter sido efetivamente implementados e considerados bem-sucedidos, no sentido de contribuir para a gestão do SUS e para a garantia do direito à saúde da população”, explica Fernanda Rosiak Gonzaga Faleiro, gerente de Pesquisa e Inovação da Escola de Saúde de Goiás. A mostra dá oportunidade para divulgação de experiências exitosas de Secretarias Municipais de Saúde de todos os Estados com o objetivo de divulgar projetos que dão certo e que podem inspirar profissionais de saúde e gestores. 

 

O projeto

De acordo com o diagnóstico situacional da cidade feito pelos profissionais de saúde envolvidos, os portadores de feridas são, na maioria, idosos, hipertensos, diabéticos e depressivos. Após a implantação do projeto experimental, que durou de março de 2018 a março de 2019, os pacientes começaram a ser monitorados por enfermeiros diariamente, incluindo finais de semana e feriados. Verificação de sinais vitais, como glicemia capilar antes da troca dos curativos, orientações quanto à importância do uso de medicamentos certos e na hora certa, instrução sobre o cuidado e a importância da boa higiene da pele e nutrição ideal, foram algumas das ações desenvolvidas pelos enfermeiros durante o acompanhamento.  

“Este projeto teve suma importância na qualidade de vida do público-alvo, pois os usuários passaram por transformações em seus hábitos e suas rotinas”, afirma a enfermeira Valéria Lima da Silva, que liderou a equipe de enfermeiras formada por ela e Jéssica Cezário de Sousa, Berenice Patrocínio Ribeiro Batista e Julice de Freitas Barbosa.  

Segundo a profissional, a maior gratificação foi acompanhar a evolução de pacientes ao longo do projeto. “No começo, foi difícil, mas depois ficamos muito entusiasmadas com os resultados”, lembra. Foi o caso de Dames Delfini, de 77 anos, que sofre com feridas causadas por diabetes. O quadro clínico do idoso apresenta outras complicações como problemas vasculares e depressão.  

“Quando começou a tratar com a gente, o sr. Dames não andava. Aos poucos, ele foi evoluindo, e ficamos muito emocionadas no dia que fomos à casa dele e ele atendeu à porta, em pé, andando e feliz”, conta a enfermeira. “Eu chorei de emoção neste dia. Saber que, de alguma forma, a gente colaborou para devolver a autonomia de uma pessoa é realmente motivador”, disse.  

 

Gabriela Dutra, da Comunicação Setorial

Foto: Arquivo Pessoal da equipe da Atenção Básica de Itumbiara

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