Dentre os mais de 200 de projetos de pesquisas realizados nas unidades administrativas e de assistência da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás – SES-GO nos últimos 7 anos alguns temas estudados são de interesse público por afetar diretamente os interesses da população assistida pelo Sistema Único de Saúde. Um deles diz respeito à humanização no atendimento ao paciente, sobretudo àquele em situação de internação. Outros dizem respeito à judicialização do fornecimento de medicação de alto custo e ou aos efeitos clínicos do uso de determinados medicamentos no corpo humano.

O projeto sobre humanização, por exemplo, estudou os conhecimentos e atitudes dos profissionais das UTI’s (Unidades de Terapia Intensiva) da rede SUS em Goiânia em relação aos cuidados humanizados. A pesquisa revelou que os médicos e estudantes de medicina conhecem as práticas humanizadoras que propõem um estado de bem- estar ao paciente pressupondo o alívio da dor e do sofrimento. O trabalho científico sugere, inclusive, que as instituições de ensino em saúde incorporem a missão humanizadora à formação integral dos profissionais para que os tratamentos alcancem maior eficácia.

Outras pesquisas sobre a judicialização no SUS abordou o fornecimento de medicamentos pelas vias administrativas e judicial e a assistência farmacêutica no município de Goiânia. Os resultados demonstraram que os usuários do sistema que tiveram acesso a pelo menos um medicamento solicitado pela via administrativa eram pessoas com condições econômicas de custear a aquisição.

Outro projeto revelou que a judicialização deverá produzir reflexos diretos na formulação e execução das políticas públicas para a efetivação do direito à saúde no Brasil. Com o título “As novas institucionalidades como mecanismo de racionalização das demandas judiciais da saúde” concluíram que as reivindicações judiciais por medicamentos e serviços de saúde iniciaram a partir do reconhecimento da saúde como direito social. Diante desta realidade acabou por se formar um nicho de mercado para os profissionais do direito. O estudo demonstrou a necessidade da criação de mecanismos extrajudiciais de pactuação entre os poderes executivo de judiciário para equilibrar o atendimento das demandas da maneira mais eficiente possível.

Algumas unidades de saúde, como o Hospital Geral de Goiânia – HGG, participam de ensaios clínicos de investigações científicas sobre os efeitos de medicamentos, sejam novas drogas ou novos efeitos de drogas já existentes no mercado. Estes estudos são promovidos por instituições de pesquisas estrangeiras e custeadas por indústrias farmacêuticas. Neste caso os trabalhos ainda não foram concluídos já que suas execuções são de longa duração e, por vezes, perduram por mais de uma década.

Através do levantamento realizado pela Superintendência de Educação em Saúde e Trabalho para o SUS-Sest/SUS foram contabilizados a autorização para realização na SES-GO, de 2012 a setembro de 2018, 265 projetos de pesquisa. Destes 131 foram finalizados, 76 ainda estão em andamento, 29 foram concluídos mas não apresentaram resultados e 29 não foram realizados. Os resumos dos trabalhos, após concluídos, são publicados no site da SES-GO e ficam à disposição de profissionais e estudantes da área de saúde e também da própria população, caso o assunto seja de seu interesse direto.

RELATÓRIO 2012-2018