Hospital Estadual do Centro-Norte se destaca como referência em gestação de alto risco
Com serviços de saúde especializados, unidade do Governo de Goiás no município de Uruaçu é crucial para garantir a saúde e o bem-estar das gestantes e dos recém-nascidos
O termo ‘mortalidade materna’ significa o óbito de uma mulher durante a gestação ou em até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. É causada causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez, ou por medidas tomadas em relação a ela. Todos os dias, cerca de 830 mulheres morrem em todo o mundo por complicações relacionadas à gravidez ou parto. Para alertar a sociedade sobre a importância de debater o tema e promover políticas públicas que garantam o bem-estar das gestantes e seus bebês, o 28 de maio foi instituído como Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna.
Referência em obstetrícia e gestação de alto risco, o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), unidade do Governo de Goiás em Uruaçu, conta com Centro Obstétrico, UTI Pediátrica e Neonatal, a fim de garantir acesso à assistência em saúde e o melhor atendimento para as gestantes e recém-nascidos dos 60 municípios que integram a macrorregião do Centro-Norte do Estado.
“Por se tratar de uma maternidade que trabalha com a gestação de alto risco, trabalhamos em equipe na assistência às gestantes, identificando possíveis complicações que venham acontecer nesse período da gestação, do trabalho de parto e pós-parto, a fim de monitorar e diminuir os riscos para essa gestante e para o seu bebê. Nesse momento tão importante que é a gestação, é importante assegurarmos os pacientes e orientá-los com as devidas informações”, afirma a coordenadora de enfermagem do Centro Obstétrico do HCN, Juliana Liegio.
Foi o caso da paciente Julyanna Mendes, mãe da Bárbara: “Busquei o HCN pelo fato de saber que aqui existe uma metodologia de parto humanizado e uma estrutura capaz de nos acolher e nos deixar seguros em relação ao parto. Quando ainda estava grávida, visitamos o hospital através do projeto Mãe que Cuida, e conheci os quartos, a equipe multiprofissional e todo o processo da gestação foi explicado durante a visita, e tudo aconteceu realmente conforme previsto quando chegou a hora do parto.”
Equipe especializada e PS
O Centro Obstétrico do HCN dispõe de equipe especializada para atendimento de gestantes e recém-nascidos de alto risco e um pronto-socorro dedicado à assistência de gestantes e puérperas, além de atender casos ginecológicos e oncoginecológicos, garantindo a individualidade de cada mulher e humanização no atendimento.
“Grande parte das complicações indesejadas que surgem durante a gestação está associada a um pré-natal inadequado. Por isso, buscamos sempre proporcionar um atendimento humanizado para as gestantes, com um acompanhamento de pré-natal que culmine em um parto e um puerpério da melhor forma possível”, ressalta a Elbia Maria de Sousa, médica ginecologista e obstetra do HCN, unidade administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed).
Parto sem dor
O HCN conta também com o projeto Parto Adequado que é um método que permite partos naturais (os mais recomendados) sem dor. Ao contrário da anestesia geral, que induz um estado de inconsciência, a periwalking envolve a administração de anestésicos na medula espinhal, de uma forma que resulta na redução significativa da sensação de dor, mas mantém a sensibilidade e, na maior parte dos casos, a quase totalidade da força motora nas pernas, abdome e períneo. A paciente permanece ativa, caminhando e ajustando sua posição conforme necessário, o que é extremamente benéfico já que a movimentação auxilia no progresso do parto.
Projeto Caren
O HCN conta ainda com a ferramenta de Classificação de Atenção ao Recém-Nascido (Caren), uma inteligência artificial (IA) que visa informar e orientar sobre o nível de cuidado necessário para os bebês, reduzindo o risco de mortalidade infantil, garantindo que os recém-nascidos recebam os cuidados adequados e personalizados para suas necessidades específicas.
Em outubro de 2023, o projeto-piloto foi iniciado no hospital e, desde então, 852 recém-nascidos na unidade já foram avaliados pela inteligência artificial Caren, que proporciona auxílio na tomada de decisões e priorização do atendimento.
Assim que os bebês nascem, a equipe médica do hospital informa alguns dados para a IA, que faz a classificação de cada caso e, logo em seguida, gera orientações para cuidados de acordo com os dados do nascimento. Durante a internação do recém-nascido ele é monitorado e acompanhado pela equipe multidisciplinar e no momento da alta são repassados plano de cuidados e orientações para familiares.
Victor Weber (texto) e Cristiano Martins (foto)/IMED