Especialistas de todo o País se reuniram para estruturação e discussão do consenso brasileiro sobre diagnóstico e tratamentos relativos a atrofia muscular espinhal

Referência em neuropediatria do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), o especialista Hélio van der Linden Júnior foi um dos médicos convidados pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) para participar da reunião de revisão e avaliação do consenso brasileiro de neurologia, que visa orientar profissionais sobre o diagnóstico, aconselhamento genético e uso de terapias modificadoras na atrofia muscular espinhal 5, representando a unidade de saúde do Governo de Goiás.

Nesse consenso, a ABN reuniu especialistas de todo o Brasil para revisar as principais terapias modificadoras existentes da doença, analisar criticamente os resultados dos estudos clínicos dessas terapias e prover recomendações para seu uso na prática clínica em pacientes com essa comorbidade. O consenso também discutiu aspectos relacionados ao diagnóstico e acompanhamento de pacientes em tratamento.

“O consenso da Academia Brasileira de Neurologia sobre a atrofia muscular espinal é um conjunto de opinião de especialistas que busca padronizar o processo de diagnóstico e tratamento da doença, norteando, a partir de evidências e da ciência, a conduta dos profissionais durante o atendimento de casos de AME-5q em nível nacional pelo Sistema Único de Saúde (SUS), estimulando o prognóstico e o tratamento medicamentoso precoce indicado para crianças e adultos, o que pode resultar em maiores chances de melhoria na qualidade de vida do paciente”, explica Hélio.

Segundo artigo publicado na revista científica Brazilian Academy of Neurology, a atrofia muscular espinhal ligada ao cromossomo 5 (AME-5q) é uma doença genética de herança autossômica recessiva causada por mutações no gene SMN1. A AME-5q causa a degeneração progressiva dos motoneurônios medulares e bulbares, acarretando grave comprometimento físico. Porém, nos últimos anos, especialistas desenvolveram terapias modificadoras da doença, com abordagem altamente eficaz no tratamento da doença, disponíveis também pelo SUS.

Atualmente, no Crer, são atendidos 50 pacientes diagnosticados com AME-5q, dentre elas 30 crianças na faixa de 1 a 12 anos de idade que residem em Goiás e em outros Estados, como Tocantins, Bahia e Pará. A unidade é um dos três centros de saúde do País que presta esse serviço pelo SUS, ofertando aos pacientes o acompanhamento com especialistas em neuropediatria, fisiatria, pneumologistas, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos.

Esse serviço é garantido pela Portaria 1.370/2008, do Ministério da Saúde, que por meio do Programa Acreditar garante a atenção à saúde dos portadores de doenças neuromusculares.

Klysman Prado (texto/foto) /Agir