Entre as medidas adotadas pela Secretaria da Saúde de Goiás estão a destinação de 60 leitos exclusivos para tratamento de dengue, repasse de soro aos municípios, capacitação de profissionais e a instalação dos Gabinetes de Combate às Arboviroses

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), está adotando várias estratégias com o objetivo de garantir a assistência efetiva aos pacientes de dengue. Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, 08/02, o subsecretário de Vigilância e Atenção Integral à Saúde da SES-GO, Luciano de Moura Carvalho, informou que entre estas iniciativas estão a instalação de 52 Gabinetes de Combate às Arboviroses nos municípios goianos, a capacitação de 700 médicos e enfermeiros que atuam diretamente no atendimento às vítimas e a destinação de 60 leitos exclusivos em Goiânia e Nerópolis para as pessoas com o agravamento dos sintomas de dengue.

A ação da SES-GO foi adotada devido ao avanço dos casos de arboviroses em Goiás, em especial a dengue, que culminou com a decretação da situação de emergência em saúde pública pelo governador Ronaldo Caiado no sábado, 02/02. Neste ano, nas seis primeiras semanas, foram notificados 33.362 casos de dengue no Estado, o que representa um avanço de 91% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o momento foram confirmadas 6 mortes por dengue em Goiás. Destas, 3 foram em Uruaçu, 1 em Águas Lindas de Goiás e 2 em Iporá e 1 em Cristalina. Outras 47 mortes estão sendo investigadas pelo Comitê de Investigação de Óbitos de Dengue.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, acentuou que os casos de chikungunya também estão aumentando de forma expressiva, principalmente na Região Sudoeste do Estado, nos municípios que fazem divisa com Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. “Estamos vivenciando uma situação inédita em Goiás, com o boom de chikungunya acontecendo ao mesmo tempo em que há o avanço dos casos de dengue, em regiões diferentes do Estado”, sublinhou. A SES-GO notificou até agora 1.302 casos de chikungunya no território goiano, com 7 óbitos em investigação.

A SES-GO também registra avanço dos casos de zika. Nas quatro primeiras semanas deste ano foram notificados 120 casos da doença, indicando um avanço de 380% em relação ao mesmo período de 2023. Das 120 notificações, 59 foram confirmadas. Destas, 4 foram em gestantes, o que chama a atenção das autoridades pela possiblidade de a doença causar microcefalia no bebê. Flúvia Amorim alerta a população a fazer o dever de casa e eliminar, de forma rotineira, todo e qualquer objeto que possa ser um criadouro do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. “Precisamos, antes de tudo, evitar que o mosquito nasça”, enfatizou.

Leitos exclusivos
O subsecretário Luciano de Moura Carvalho assinalou que todas as unidades de saúde do Estado, dotadas de mais de 2 mil leitos, estão preparadas para tratar as pessoas com agravamento dos sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes, em especial a dengue e chikungunya. Em duas unidades foram destinados os 60 leitos exclusivos para internação de pacientes de dengue. Uma delas, com 30 leitos, é o Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol), localizado em Goiânia. A outra é o Hospital Sagrado Coração de Jesus, em Nerópolis.

Luciano de Moura Carvalho orientou as pessoas com sintomas de dengue a, inicialmente, procurar atendimento médico nas unidades básicas de saúde e a hidratar-se com líquido e soro oral. Caso haja necessidade, os profissionais de saúde fazem a hidratação venosa. “É fundamental que as pessoas se hidratam o máximo possível para evitar a desidratação e o agravamento da doença”, enfatizou. Ele destacou que a dengue está tendo um perfil mais grave no adulto jovem. Na maioria dos casos, a doença evolui para o óbito no espaço de seis dias. A SES-GO, conforme o secretário, está disponibilizando insumos aos municípios do Estado, entre os quais soro fisiológico e soro de reidratação oral, para assegurar a assistência e a imediata hidratação dos pacientes.

Maria José Silva (texto) e Marco Monteiro (fotos), da Comunicação Setorial da SES-GO