Mercado do Biometano transforma resíduos em ativo energético

A produção de energia elétrica e de biofertilizantes a partir de resíduos sólidos orgânicos, já são realidade em empresas de diferentes ramos. Para isso, alguns produtores agropecuários, comércios e indústrias de médio, grande porte e outros setores, recorrem a tecnologia do biodigestor para processar matéria orgânica e produzir energia sustentável.

De maneira simplificada, o Biodigestor, é um equipamento fechado, onde resíduos sólidos orgânicos, de diferentes origens, como a vegetal (folhas, palhas, restos de alimentos), de produção animal (como esterco e urina), de atividades humanas (esgoto e lixo doméstico) ou resíduos industriais, são colocados para serem decompostos por micro-organismos.

O processamento dos resíduos, gera um gás produzido pela decomposição, que é capturado pelo equipamento, canalizado para um gerador a combustão e convertido em energia térmica e posteriormente, elétrica. O que resta desse processo é uma pasta, que desidratada, se transforma em fertilizante de bom valor agregado. Vale ressaltar, que o biodigestor não gera mau cheiro, não atrai moscas ou pássaros.

O composto gasoso gerado pelas bactérias dentro do equipamento, é o biogás, que juntos, trabalham em favor da economia. Um biodigestor pode produzir também, fertilizantes de ótima qualidade, facilmente utilizados no agronegócio. O impacto da implantação de biodigestores é positivo, amplo e acontece em cadeia. Seus benefícios se aplicam no PIB brasileiro, no desenvolvimento da indústria, do setor de biotecnologia, reduz os resíduos que seriam descartados no meio ambiente, estimula a coleta seletiva e produz combustível menos poluente.

Segundo Sérgio Soares, Diretor Comercial e de Negócios da ERBR, empresa de soluções energéticas, o biometano, por exemplo, “é melhor que o gás natural, pode ser usado para abastecer veículos e substituir o GLP (gás de cozinha).” E mais: “nos veículos, reduz o CO2 em 83% e o custo do combustível chega a ser 50% menor que os convencionais”, completa o diretor. O biogás do biodigestor é refinado e transformado em biometano.

Todos podem ser consumidores de energia oriunda de biodigestores: o setor do agronegócio, de resíduos sólidos (empresas de reciclagem), comércios e indústrias no geral.

A CEASA-GO, já começou um estudo para a implantação de um biodigestor. O equipamento ajudará o entreposto a reduzir o impacto ambiental, pois poderá dar melhor destinação a seus resíduos, além de usar o biogás para produzir energia elétrica em suas instalações, reduzir o custo com aterro sanitário e se houver excedentes, disponibilizar esse gás para abastecer as empilhadeiras que movimentam as cargas. Ela produz, no mínimo, 25 toneladas de resíduos sólidos por dia e tudo isso, vai para o aterro sanitário. A previsão é que o equipamento esteja funcionando até o final deste ano.