Cultura reforça medidas para garantir conservação do antigo prédio da Celg
O painel de Frei Confaloni intitulado “Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto” que retrata o caminho da energia, desde o rio até chegar na casa dos cidadãos, foi coberto por tinta e está danificado. A obra de arte, que fica na entrada do prédio original da Celg, na Avenida Anhanguera, foi uma encomenda do governo de Goiás ao artista italiano para ilustrar o trabalho da Central Elétrica de Energia. Estima-se que a construção do prédio teve início entre os anos de 1956 e 1958.
Com a privatização da Celg, o prédio foi vendido às empresas Construtora e Incorporadora Merzian Ltda, Oliveira Melo Engenharia e Construção Ltda, Linknet Tecnologia e Telecomunicação Ltda e Construtora e Incorporadora Santa Teresa Ltda e era locado pelo Estado, servindo como sede para a antiga SEDUCE até 2018. Como o prédio já não mais pertence ao governo do Estado, mas sim às empresas mencionadas, cabe a Secretaria de Cultura (Secult/Go) apenas os trâmites referentes ao tombamento, sendo que a conservação do imóvel é um dever das proprietárias.
O tombamento tem a função de preservar os bens culturais do imóvel e não retira a propriedade originária do bem. Sendo assim, a responsabilidade pela preservação do imóvel e de seus bens integrados continua sendo das empresas proprietárias. Atualmente, o prédio está tombado provisoriamente.
Em 24 de janeiro de 2019, a Superintendência de Patrimônio Histórico e Artístico, vinculada a Secretaria de Cultura, realizou uma vistoria no local, para verificar o estado de conservação, que resultou em um pedido ao Conselho Estadual de Cultura para que o prédio e o afresco de Frei Confaloni fossem tombados. A prefeitura de Goiânia inclusive já havia iniciado um processo de tombamento do pé de jatobá localizado na entrada do edifício por considerar que a árvore é uma espécie nativa da cidade.
O pedido da Secult/GO originou um processo administrativo que garantiu o tombamento provisório já que o prédio possui representatividade pela sua história de construção e pela simbologia enquanto espaço. Atuaram na construção do imóvel profissionais pioneiros na história do Estado como o Engenheiro Oton Nascimento, a quem é atribuída a autoria do projeto arquitetônico e de engenharia civil; Gustav Ritter, que teria sido responsável pelo projeto paisagístico e Frei Confaloni, autor do afresco existente no interior do edifício. O prédio possui ainda características típicas do estilo modernista, como o uso de cobogós, painéis de vidro, ambientes internos e externos integrados e escada em destaque. Além disso, caracterizou-se que, devido à localização nas proximidades do Lago das Rosas, o prédio possui uma relação afetiva com Goiânia e seus moradores.
O conjunto de proprietários foi devidamente notificado do processo de tombamento, mas o imóvel encontra-se com visíveis sinais de deterioração. Várias dessas notificações, que devem ser feitas por Correio, voltaram por alegações de endereço inexistente. Além disso, as empresas que receberam a notificação, entraram com impugnações.
A Secult Goiás tomará providências necessárias no sentido de dar ciência aos órgãos competentes (Ministério Público e Polícia