Rotam de Goiás é referência no Brasil

Em sua 18ª edição, o Curso Operacional de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam), da Polícia Militar de Goiás (PM-GO), formou 14 policiais de nove unidades federativas para o patrulhamento tático. Devido à grande procura pelo curso goiano, a corporação precisou limitar o número de vagas para os chamados estrangeiros.

Em alguns casos, a Polícia Militar recomenda aos estados de origem que façam uma seleção entre os interessados. E se engana quem pensa que a qualificação é fácil. “É um treinamento muito pesado tanto na parte física, intelectual e no estágio de rua”, explica o subcoordenador do curso, tenente Vinícius Nunes.

Da esquerda para a direita: tenentes Diego Fourquim e Vinicius Nunes e sargento Patrick Moraes

Na primeira etapa, os policiais passam por prova de psicofadiga, que envolve um intenso treino com testes físicos e psicológicos. A intenção é submeter o militar ao extremo durante o treinamento para que, em situação de estresse no dia a dia do patrulhamento, ele esteja preparado para oferecer o melhor resultado.

O tenente ressalta que policiais da Rotam devem fazer o diferencial no patrulhamento. “O aluno aprende a visualizar pessoas e identificar uma situação suspeita para deflagrar a abordagem. É a partir disso que aumenta a possibilidade de o policial fazer a prisão, apreender uma arma, recuperar um veículo roubado, identificar um foragido da Justiça. É esse aguçamento que o policial que atua no patrulhamento tático precisa ter. Trabalhamos duramente isso no curso operacional”, afirma.

Conforme Vinícius Nunes, a Rotam é uma tropa de elite de pronto emprego. Por isso, a preparação intensa – que em alguns casos passa de 24 horas ininterruptas – é necessária para o enfrentamento do crime. “Quem conclui o curso está altamente preparado. Só participa quem tem vontade de servir e realmente que ser rotamzeiro, já que o curso é voluntário, e o policial que faz parte dessa tropa de elite não recebe nada a mais no seu salário”, lembra o instrutor.

Orgulho para Goiás
O governador Ronaldo Caiado, que foi paraninfo da 18ª turma do Curso Operacional de Rondas, tem feito vários elogios ao treinamento da Polícia Militar goiana. Para o governador, Goiás faz escola com uma doutrina de sucesso. Durante a formação dos novos rotamzeiros na semana passada, Ronaldo Caiado enfatizou a expertise dos integrantes do batalhão no combate à criminalidade, principalmente, na repressão à ação de quadrilhas especializadas.

“Ser referência com esse curso significa ter as melhores equipes, professores e orientadores. Estamos contribuindo com a segurança não só de Goiás, mas de todo Brasil. Isso já é uma marca. É um orgulho para mim, como governador, ser o comandante chefe da nossa PM”, enfatiza Caiado.

Todo esse treinamento de elite militares de todo País. Só nesta edição do curso operacional, militares de outros oito estados participaram da capacitação. Vieram de Santa Catarina, Distrito Federal, Tocantins, Amapá, Mato Grosso, Paraíba, Pará e Amazonas. “A Rotam daqui tem uma doutrina e uma maneira diferente de trabalhar. Isso é muito importante para nós que estamos na rua convivendo diariamente com diversos criminosos”, afirmou o 1º tenente da Força Tática de Mato Grosso, Diego Alves Furquim.

“Foram dias de muitos sacrifícios. Para os estrangeiros a formação é mais complicada porque pesam a distância da família e a falta do conforto do lar, mas conseguimos vencer”, ressaltou Patrick Sousa Campos, que também é tenente da Polícia Militar do Pará. Durante três meses em solo goiano, o militar ganhou destaque no curso e conquistou o segundo lugar entre os mais bem avaliados dos 69 policiais formados.

“Quis vir porque sei da gama de conhecimento da Rotam de Goiás e queria levar isso para o Pará, tendo em vista que a Rotam daqui é referência nacional e muito querida em nosso Estado. Estou levando conhecimento que vou repassar para meus subordinados e também superiores. Aprendi muito aqui sobre o patrulhamento tático”, ressaltou o militar paraense.

O tenente Vinícius Nunes também reitera que a resposta dos participantes de fora é muito boa e reflete diretamente na procura do curso quando são abertas novas turmas. “Precisamos limitar as vagas. Alguns Estados querem mandar dez alunos de uma vez”, explica.

Segundo o tenente, a limitação é feita porque durante o curso é necessário empregar a estrutura da PM de Goiás. Caso sejam ampliadas as vagas, serão formados muitos militares, mas que não servirão à população goiana. “Por isso, precisamos priorizar os militares do nosso Estado”, ressaltou.

Vinícius Nunes também atribui o sucesso do curso à atuação dos policiais da Rotam no patrulhamento diário. Proporcionalmente, as estatísticas de combate à criminalidade em Goiás são maiores que outras grandes forças de segurança do País, como a Rota de São Paulo, considerada a mãe da Rotam de Goiás, já que durante a criação do curso, a polícia goiana utilizou a doutrina da corporação paulista.

“No ano de 2018 a apreensão de drogas, o número de veículos recuperados e o número de foragidos recapturados pela Rotam superou os da própria Rota, em São Paulo, em números absolutos. Então, disso você já estabelece um grau de confiança nacional para o nosso curso”, finaliza o tenente.

 

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