Março é o mês de conscientização sobre endometriose

Março é o mês mundial para alertar sobre a endometriose. A doença acomete de 10% a 15% das mulheres em idade fértil e pode causar fortes dores, principalmente durante o fluxo menstrual e na relação sexual,  infertilidade e incapacidade para o trabalho.

“Apesar do número de pessoas afetadas, o diagnóstico ainda é um desafio, por isso é importante esse momento para conscientizar profissionais de saúde e pacientes sobre a endometriose”, afirma a coordenadora da Saúde da Mulher e Criança da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), Alexandra Nunes.

Além da redução na qualidade de vida, a doença representa um grande impacto socioeconômico, pois mulheres com endometriose perdem 38% de sua capacidade de trabalho. “Os sintomas incluem dores pélvicas e lombares, dores na relação sexual, infertilidade, alterações urinárias e intestinais”, enumera.

Alexandra afirma que estar atento aos sintomas é importante para o diagnóstico rápido da endometriose, o que permite um tratamento efetivo. “Por isso, o mês de março foi marcado para levar uma mensagem de conscientização sobre a doença”, destaca.

O que é, causas e diagnóstico

A médica ginecologista Marília Oliveira Ribeiro, coordenadora do Ambulatório de Ginecologia Endócrina e Climatério do Hospital Geral de Goiânia (HGG), no qual são atendidos também casos de dor pélvica crônica e infertilidade, explica que a endometriose é a presença de endométrio, ou seja, de tecido que reveste o útero internamente, fora da cavidade uterina.

A doença é determinada por múltiplos fatores. A menstruação retrógrada e o sistema imunológico deficiente são as causas mais consideradas atualmente. “A menstruação retrógrada ocorre quando o sangue menstrual, ao invés de ser eliminado apenas pela vagina, reflui através das trompas uterinas e alcança os órgãos da parte interna da pelve. Este conteúdo endometrial, na ausência de uma boa ação do sistema imunológico, pode aderir aos ovários, a parede da vagina, ao intestino e outros, levando a um processo inflamatório e a outras complicações na região, o que justifica a dor pélvica e a dificuldade para engravidar”, explica.

O diagnóstico é feito pela história clínica da mulher, pelo exame ginecológico, complementado pela ultrassonografia transvaginal – realizada por médicos capacitados –, algumas vezes pela ressonância magnética e, mais raramente, por meio da videolaparoscopia.

Tratamento e prevenção

O tratamento mais frequentemente realizado é o medicamentoso, com uso de hormônios que levam à redução dos focos de endometriose. Quando o tratamento clínico falha ou existem lesões volumosas ou que obstruem órgãos, como o intestino e o ureter, o tratamento cirúrgico é realizado, preferencialmente, por meio de videolaparoscopia, com a retirada dos focos de endometriose. “Algumas vezes, é necessária a retirada do útero, trompas, ovários e de parte do intestino”, ressalta a ginecologista.

A prevenção é possível, por meio do uso de anticoncepcionais contínuos que reduzem ou bloqueiam o fluxo menstrual. “O uso desses medicamentos pode ser importante desde a adolescência, principalmente, para meninas que têm fluxo menstrual muito volumoso, o que reduzirá a ocorrência da menstruação retrógrada”, completa.

Mulher moderna

A endometriose é considerada uma doença da mulher moderna, que engravida tardiamente, amamenta pouco e tem número excessivo de fluxos menstruais ao longo da vida, associado a fatores genéticos, ao estresse e a exposição a poluentes que comprometem o funcionamento do sistema imunológico.

Contra esse mal, prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais. “Portanto, médicos e pacientes, atenção: cólicas menstruais intensas, que pioram progressivamente, que não aliviam com anti-inflamatórios e anticoncepcionais podem, sim, ser endometriose. Encaminhe ou procure logo um especialista na área, isso desde a adolescência. O ambulatório de Ginecologia Endócrina do HGG está pronto para atender vocês”, avisa médica Marília.

Comunicação Setorial da Secretaria da Saúde

 

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