Fortalecer o diálogo do governo estadual com a Assembleia Legislativa é um dos principais objetivos do secretário de governo de Goiás, Ernesto Roller (MDB), nos primeiros dias após a posse como titular da pasta. O gestor, que também foi deputado estadual por três mandatos, em 2002, 2006 e 2015, conhece bem o funcionamento da casa e já iniciou articulação política com os parlamentares eleitos, apesar do período de recesso.

Em entrevista à rádio CBN Goiânia, nesta terça-feira (08), Roller afirmou que “essa articulação política do governo com a Assembleia é de extrema importância, porque muitas medidas de natureza normativa deverão ser tomadas pelos deputados.” O emedebista acrescentou: “Tenho tido muito bom diálogo com os deputados. Eles estão de recesso nesse período, mas já estou conversando com aqueles que vão tomar posse para que possamos todos juntos unir esforços e resolver os problemas que afligem Goiás”.

Goiás na Frente

Além da articulação política com autoridades do Estado e municípios, a Segov é responsável pelo programa de investimentos Goiás na Frente, que tem saldo de mais de R$ 300 milhões a pagar aos municípios. Segundo o secretário, esse passivo foi deixado pela gestão anterior sem que houvesse dinheiro em caixa para a continuidade dos pagamentos. Ele solicitou à equipe de finanças da pasta um levantamento completo dos contratos firmados com prefeituras.

 “O programa Goiás na Frente talvez tenha sido o maior estelionato praticado na política no estado de Goiás, para tornar prefeitos reféns da gestão anterior. Dos 221 convênios assinados, no valor prometido de 500 milhões, liberaram apenas 30%. Agora, descobrimos que esse dinheiro não existe. Na época do lançamento, falava-se de um investimento de 9 bilhões, mas nem mesmo o que foi pactuado foi cumprido”, disse. Em relação ao convênio da secretaria com a Metrobus, para subsidio de linhas semiurbanas de transporte público, o atraso é de dois meses no pagamento.

Recuperação fiscal

Sobre a reforma administrativa, Roller defendeu a necessidade de aprofundar a proposta em elaboração pelo governo.  É que as mudanças a serem feitas na administração vão depender do resultado da visita do Ministério da Economia a Goiás e da possível entrada do estado no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do governo federal. A expectativa é de que os técnicos cheguem a Goiás a partir do dia 14. “A reforma deve sair o mais rápido o possível, mas não este mês, porque depende do resultado dessa visita”. 

O secretário também manteve posicionamento já adotado nas redes sociais no que diz respeito às críticas da oposição ao RRF, que atende estados em calamidade financeira. Ernesto Roller defende que a ajuda é bem-vinda e não significará perda de autonomia do governo estadual. “As regras do programa de recuperação fiscal dizem respeito à questão da gestão, revisão de incentivos e redução do tamanho da maquina, medidas que precisam ser adotadas aqui no estado, até pra que você encontre socorro por parte do governo federal. Foram anos de irresponsabilidade fiscal que levaram Goiás a essa situação quase falimentar”, explicou.

Comunicação Setorial da Segov

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