“A governança interfederativa se impõe aqui de modo que é difícil encontrar em outro local do Brasil”, diz especialista do Labtrans

A integração da governança do transporte entre a Região Metropolitana do Entorno (RME) e Brasília foi um dos temas discutidos na última audiência pública para atualização do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) do DF. “A governança interfederativa se impõe aqui de modo que é difícil encontrar em outro local do Brasil”, afirmou Victor Caldeira, especialista em transporte de passageiros e mobilidade urbana do Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (Labtrans/UFSC), instituição responsável pela elaboração do PDTU/DF.

A audiência foi realizada na quarta-feira (10), no auditório do Departamento de Estradas de Rodagens do DF. Diversas questões foram levantadas e respondidas por técnicos da Semob e do Labtrans. Ao responder questionamento feito por representantes da sociedade civil, Caldeira destacou que, embora o Entorno não seja jurisdição do DF, todas as informações sobre a mobilidade na região que estejam correlacionadas a capital federal serão consideradas.“Nós temos Municípios, Estados e União com competências específicas que precisam em algum momento ser compartilhadas para estabelecer a Governança Interfederativa, um plano de desenvolvimento urbano integrado, ou seja, em algum momento chegaremos nesse planejamento conjunto”, explicou.

“Precisamos sentar juntos, pois os sistemas e os usuários não sabem se estão em Goiás ou no DF. O que importa para os usuários é saber se o ônibus vai chegar, vai integrar e se terá capacidade para transportá-los”, disse sobre a conurbação entre Goiás e DF .“A ideia do plano é que contribua, não se furte a isso”, arrematou o especialista.

Rodolfo Nicolazzi, coordenador de projetos no Labtrans, adiantou que já aceitou o convite da secretária do Entorno do Distrito Federal (SEDF-GO), Caroline Fleury, para discutir essas alternativas. Para ele, não há solução fora da integração, e o estudo do PDTU levará isso em conta. “A entidade Governança precisa ser estabelecida, pelo menos uma mesa comum para que as discussões sejam realizadas. Vamos tentar ajudar a resolver isso de alguma forma”, frisou.

Compuseram a mesa, além dos especialistas do LabTrans, os secretários Valter Casimiro (Obras do DF) e Zeno Gonçalves (Semob-DF). Caroline Fleury foi representada pelo chefe de gabinete da SEDF-GO, Gleiston de Paula, além dos técnicos da subsecretaria de Políticas para Cidades e Transporte do Governo de Goiás, Jean Damas e Matheus Oliveira.

Fleury destacou a importância do Governo do Distrito Federal inserir o Entorno à mesa de debate e participar desse planejamento de mãos dadas. “Temos uma situação atípica, diferente de qualquer Ride e de qualquer região Metropolitana no país. Estamos gratos em ser inseridos neste estudo de forma séria, pois tem à frente um time de primeira grandeza sob a competência do LabTrans”, finalizou.

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