Ás 20h da Sexta-Feira da Paixão, no Chafariz de Cauda, acontece o Descendimento da Cruz. A cerimônia é uma teatralização em que é retirado o corpo de Cristo da Cruz. Personagens vestidos a caráter representam Maria, mãe de Jesus; Maria de Cleófas; Maria Madalena; José de Arimatéia; João Evangelista; Nicodemos; e a imponente Guarda-Romana. Essas mesmas personagens fazem parte do auto-da Paixão.

Com o texto escrito por Elina Maria, as personagens rememoram a Paixão de Cristo. As músicas de teatralização são composição do Monsenhor Pedro Ribeiro da Silva.  O Cristo é uma imagem esculpida em madeira, em tamanho natural. Tem cabelos naturais, e os braços articulados em couro de carneiro.

Após a representação da retirada do corpo de Cristo da Cruz, que é entregue a Maria, a imagem é colocada num esquife (caixão), para que se tenha início a procissão do enterro, também conhecida por Procissão do Senhor Morto. Conduzida pelos irmãos da Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, com suas vestimentas roxas, a procissão com o Corpo de Jesus percorre as ruas do Centro Histórico de Goiás. A imagem de Nossa Senhora das Dores, esculpida por Veiga Valle, acompanha o cortejo, atrás do esquife.

De tempos em tempos, o silêncio da procissão é interrompido pelos sons da matraca e pelo canto da Verônica. A Verônica canta, mostrando aos fiéis a toalha em que enxugou o rosto de Jesus, ajudada pelas Héus, com seus lamentos.

O canto, ou lamento da Verônica, é uma composição musical, escrita em latim, e é executada por uma pessoa de voz possante, em canto lírico.

De Tempo em tempo, nos intervalos do lamento da Verônica, a Banda do 1º BPM, em todos os percursos da Procissão, executa diversas Marchas fúnebres, destacando-se a de Mestre Braz de Arruda, composta especialmente para a cerimônia e sempre ouvida em emoção.

Essa procissão, é finalizada, na Catedral de Sant’Ana.