Festa do Pequi da Ceasa/GO se firma como tradição

A quarta edição da Festa do Pequi da Ceasa Goiás, que realizada na quarta-feira, dia 23, no entreposto de Goiânia, esse ano caiu exatamente no dia instituído Dia Estadual do Pequi, pela lei 22.229. Além da programação tradicional, houve também a inauguração da reconstrução da malha asfáltica do entreposto, revitalização do Mercado Não Permanente, a Pedra 2, e da portaria de empresa. Um dos destaques da festa foi a produção da maior panela de arroz com pequi do mundo, que começou a ser preparada já na madrugada.

A celebração aconteceu já na temporada do pequi na Ceasa/GO, que começa em setembro e segue até março, e que tem como objetivo ressaltar o fato do entreposto de Goiânia ser o que mais recebe e comercializa pequi no Brasil.  Quando foi realizada a 1ª Festa do Pequi da  Centrais em 2021, o pequi vivia um momento de disputa nacional, quando parlamentares federais mineiros reivindicavam para a cidade de Montes Claros, o título de capital nacional do pequi. Pesquisas realizadas pela Ceasa/GO, na época, deram conta de números que vieram de encontro a essa realidade: Goiás vende praticamente todo o pequi extraído no País.

Uma das novidades desta quarta edição foi o preparo da maior panela de pequi do mundo, o que foi uma atração à parte. Foi utilizados nada menos que 50 sacas de pequi, 300 quilos de carne e a mesma quantidade de arroz. A receita levou, ainda, 10 quilos de caldo de carne em pó, 60 quilos de cebola, e 10 litros de pimenta. O processo foi acompanhado de perto pelos trabalhadores que chegam cedo ao mercado.

O presidente da Ceasa/GO, Manoel de Castro, falou sobre a importância do evento no cenário popular goiano e também das inaugurações, para ele, um divisor de águas na empresa, já que as vias da Ceasa/GO foram totalmente recapeadas, quando foram utilizadas mais de 68 mil metros quadrados de massa asfáltica usinada a quente.

Os números do pequi

Na Ceasa/GO o pequi é vendido no GNPC-2, a Pedra 2, e chega ao entreposto em caminhões vindos das zonas extratoras. A presença do fruto é tão marcante que, no tempo do pequi, o quantitativo do lixo produzido na Ceasa praticamente dobra, devido às cascas do fruto.

Vale lembrar que a quantidade de pequi vendido na Centrais é bem maior que o que se extrai no estado. No entreposto, o fruto começa a chegar em setembro. Dessa época até meados de outubro, as vendas são mantidas com o pequi goiano e tocantinense. Nesse período, dá entrada na companhia as cargas da produção goiana vindas do Norte Goiano, de cidades como Porangatu, Crixás e Santa Tereza. Com menos expressividade, o pequi matogrossense pode ser encontrado no mercado em meados do mês de novembro. Já o fruto mineiro chega em maior volume, e pode ser encontrado na Ceasa em dezembro e mantém a demanda até janeiro.

De acordo com levantamento realizado pela Divisão Técnica da Ceasa/GO, na safra 2022/2023, foram comercializadas na Ceasa/GO 6.414 toneladas de pequi, o que perfaz uma movimentação financeira na ordem de R$ 10,4 milhões. Já na safra 2024/2025, que se iniciou recentemente e segue até março de 2025, já entraram na empresa 1.174 toneladas, número considerado relevante, haja vista a seca e as queimadas que afetaram o país – em especial o cerrado – na estação seca. Na última temporada, em percentuais, de todo pequi que entrou na Ceasa/GO, 55% foi extraído em Goiás, 20% em Minas Gerais e 20,92% no Tocantins.  O pequi matogrossense não chegou com expressividade na última safra.

Conhecedores de pequi conseguem identificar os tipos do fruto de cada região. E para falar um pouco sobre os dados, particularidades e a história do pequi na Ceasa Goiás, será montado, na festa, um espaço especial, onde o gerente da Divisão Técnica da Ceasa/GO, Josué Lopes Siqueira, estará tirando dúvidas sobre o papel do fruto, não só na empresa, mas em todos o estado.  Também está prevista a presença de técnicos da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) para falar das pesquisas referentes ao pequi em Goiás.

Alguns pequis são menores e mais suculentos, como o pequi coletado na região da Cidade de Goiás, outros já são conhecidos como “filet mignon dos pequis”, que é, por exemplo, o que chega da região de São Miguel do Araguaia, maior, mais amarelo e rico em polpa. Porém, um dos pequis que chamou a atenção nas outras festas foi o pequi do Xingu. Isso porque o fruto impressiona pelo tamanho, podendo atingir, com casca, o tamanho de um abacate, com o caroço se equiparando a uma laranja pequena.

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo