Corumbá e Pilar de Goiás encerram as Cavalhadas 2019

Depois de percorrer nove municípios goianos, as Cavalhadas 2019, festas que reúnem religiosidade e cultura que já ocorrem há pelo menos 200 anos em Goiás, terminam neste fim de semana, dias 6, 7 e 8, em Corumbá e Pilar de Goiás. O secretário de Cultura, escritor Edival Lourenço, prestigia o evento que já se consolidou no calendário do Estado.

As últimas cavalhadas deste ano são as primeiras a ocorrer após o pedido oficial feito pelo Governo de Goiás e representantes dos municípios (prefeituras, cristãos e mouros) de tombamento das festividades como patrimônio imaterial do povo brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O governador Ronaldo Caiado, o secretário Edival Lourenço e os representantes das 11 cidades entregaram o pedido ao governo federal no mês passado.

Milhares de pessoas do entorno dos munícipios e de várias partes do País são esperadas para a grande encenação a céu aberto da batalha entre mouros e cristãos pela reconquista da península Ibérica. As Cavalhadas, algumas das mais antigas manifestações folclóricas do Estado, surpreendem pela organização, beleza e grande participação da população.

Na cidade de Corumbá, o evento também irá celebrar uma homenagem à padroeira Nossa Senhora da Penha de França. Já em Pilar de Goiás, a festa completa 124 anos de história em louvor a Nossa Senhora do Pilar.

Promovida com apoio do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Cultura (Secult Goiás) e a Agência Goiana de Turismo (Goiás Turismo), as Cavalhadas tiveram início em junho deste ano, em Santa Cruz de Goiás, cujo roteiro incluiu as cidades de Posse, Pirenópolis, Jaraguá, Hidrolina, São Francisco, Palmeiras, Crixás e Santa Terezinha de Goiás.

O secretário Edival Lourenço reforça a sensibilidade do governador Ronaldo Caiado em apoiar essas importantes representações culturais goianas. Edival destaca que as Cavalhadas representam o que há de mais original da cultura, aquela que vem dos ancestrais e entra na modernidade sem perder as características. “São representações belíssimas que têm forte ligação com nossas raízes”, explica.

Tradição centenária

As Cavalhadas são celebrações inspiradas nas tradições de Portugal e da Espanha na Idade Média. Elas começaram a ser representadas no Brasil no século XVI. Em Goiás, o primeiro registro é de 1751, na cidade de Santa Luzia (hoje Luziânia). A festa une religiosidade e fé, cultura, turismo, economia e valorização do patrimônio imaterial do Estado, mobilizando os moradores locais e visitantes, revivendo toda uma tradição histórica.

O cenário das Cavalhadas consiste em uma representação das batalhas entre cristãos e mouros que ocorreram durante a ocupação moura na Península Ibérica (século IX a século XV). São dois exércitos com 12 cavaleiros cada, que durante três dias se apresentam, encenando a luta, ricamente ornada e com belíssimas coreografias. Junto a esta manifestação, encontra-se a presença dos Mascarados, personagens incontáveis que se vestem com máscaras e saem às ruas, a cavalo ou a pé, fazendo algazarras.

Tombamento

Produzido a pedido da Superintendência de Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico da Secult Goiás, o pedido de tombamento evidencia aspectos históricos, estéticos e sociais das festas das Cavalhadas, realizadas há mais de 200 anos em Goiás.

O pedido do governo detalha como, ao longo de dois séculos, as Cavalhadas se enraizaram no cotidiano das comunidades, consolidando-se como relevante expressão para a compreensão da identidade e memória da sociedade brasileira. A instauração do processo cumpre o rito previsto no decreto nº 3.551/2000 e a resolução nº 001/2006 do Iphan. A ideia de reivindicar o registro surgiu no lançamento das Cavalhadas 2019, em evento realizado no dia 29 de maio, no Palácio das Esmeraldas.

O pedido de tombamento das Cavalhadas de Goiás será inserido dentro do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. Por meio dele, se reconhece que um bem faz parte do patrimônio cultural da nação brasileira. O registro se efetiva por meio da inscrição do bem em um ou mais de um livro. No caso das Cavalhadas, a tendência é que, aprovado, o registro possa ser inserido no Livro de Registro das Celebrações (para rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social) e/ou no Livro de Registro de Formas de Expressão (destinado à inscrição de manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas).

Roteiro:
– Corumbá de Goiás – Dias 6, 7 e 8 de setembro
– Pilar de Goiás – Dias 7 e 8 de setembro

Comunicação Setorial – Secult Goiás

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