Caiado defende diretrizes claras do Ministério da Saúde e em parceria com estados

“Eu não tenho que estar tutelado por uma pessoa, por um pensamento partidário que não tenha embasamento científico. Sou defensor de que nós governadores – somos 27 – devemos embasar uma tese e cobrar do ministro da Saúde [Nelson Teich] para que tenha protocolos claros.” A afirmação foi dada pelo governador Ronaldo Caiado, na manhã desta quarta-feira (29/04), durante live promovida pelo jornal Valor Econômico. Na entrevista, Caiado defendeu a cooperação entre os Estado, União e os demais Poderes constituídos no combate ao novo coronavírus no Brasil.

Para o governador de Goiás, as diretrizes do Ministério da Saúde (MS) precisam ser técnicas e científicas para balizar ações, como a identificação do comprometimento da situação de cada região do País; a demonstração do momento que será mais crítico para cada Estado; e até a possibilidade de acolhimento de pacientes em unidades federativas que não sejam a da residência da pessoa acometida pela doença. “Vamos dar sinal de solidariedade e amor ao próximo. O principal é a vida do cidadão, esse é o meu objetivo de governo e, para isso, eu enfrento quem quer que seja”, reforçou.

A mudança do ministro da Saúde no decorrer do enfrentamento ao novo coronavírus trouxe algumas dificuldades operacionais para o País. No caso de Goiás, por exemplo, o chefe do Executivo destacou que o Hospital de Campanha de Águas Lindas, o primeiro a ser levantado pelo governo federal, está pronto, mas que o MS ainda não autorizou a transferência da unidade para o Estado. “Até essa transição [entre ministros] engrenar, vai ser um tempo perdido. Isso porque o novo ministro precisa ter conhecimento da Covid-19, do funcionamento da rede do SUS e da vida política em Brasília”, opinou Caiado.

Durante a meia hora de entrevista, o governador goiano também classificou como “deprimente” e “preocupante” o fato de o Brasil acoplar a uma situação já extremamente grave – a pandemia – outras, como as vivenciadas recentemente na área política. “Não podemos ampliar uma crise, com número crescente de óbitos, com consequências que virão, como o desemprego e a falta de incentivos, à crise política. Infelizmente, querem trazer a eleição de prefeitos para o meio do coronavírus. Esta é a triste realidade que estamos vivendo hoje”, alertou.

Para Caiado, o momento também não é o de tocar um processo de impeachment contra o presidente ou governadores. É preciso definir prioridades, continuou, e a atual é combater a Covid-19 e reduzir ao mínimo possível o número de mortes ocasionadas pelas complicações da doença.
 
Ações em Goiás

O panorama de Goiás foi comentado pelo governador Ronaldo Caiado. Ele falou sobre as medidas preventivas tomadas desde o dia 12 de março, quando instalou o período de quarentena e determinou o fechamento no Estado de todo estabelecimento que não trabalhasse com artigos, produtos e serviços essenciais à vida.   

Essa antecipação de ações foi determinante para Goiás achatar o crescimento da curva da propagação da Covid-19 e mantê-la abaixo do nível ideal, conforme foi atestado pelo relatório científico elaborado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com secretarias e institutos do governo estadual. Inclusive, o documento possibilitou a abertura gradual de algumas atividades em Goiás, mas com protocolos de segurança instalados e fiscalizados pelo poder público. No caso de descumprimento, multas podem ser aplicadas e o estabelecimento pode ser fechado pela Vigilância Sanitária.

O governador falou do forte trabalho de conscientização sobre o uso da máscara de proteção e da importância do isolamento social que o Estado realiza e afirmou que não terá dificuldades em voltar a bloquear totalmente o comércio, caso seja necessário. Caiado ponderou que dentro dos próximos 10 dias, dependendo do número de registros da Covid-19, uma nova normativa será editada. “Se tivermos um crescimento acima desta curva [a chamada curva ideal], que já identificamos com base científica e técnica, eu baixarei novo decreto restringindo fortemente todas as atividades econômicas de Goiás, exceto aquelas essenciais à vida”, assegurou. Permaneceriam apenas as

Ao responder se teria sofrido pressão de empresários para abrir o comércio, o chefe do Executivo foi contundente, como costuma ser em sua vida política. “Alguns têm o gesto de humanidade e de amor ao próximo pouco aflorado. E há os que gostam de provocar uma roleta-russa com a cabeça dos outros, colocando pessoas para trabalhar, mas sem que tenham condições mínimas de segurança e com alto risco de contaminação. Isso eu não permito. A vida dos goianos é o mais importante”, frisou.

Economia

No cenário local, Caiado reconheceu que algumas medidas que estavam sendo estudadas e que seriam realizadas ainda neste semestre pelo Governo de Goiás tiveram de ser adiadas por conta da pandemia, como a venda da Celg Geração e Transmissão (CelgGT) e de 49% das ações da Saneago.

Também sobre o cenário econômico que está por vir, no Brasil e em Goiás, o governador fez prognósticos de situações difíceis, no entanto, traçou caminhos objetivos para a superação. “Do ponto de vista psicológico, emocional, de autoestima e respeito às pessoas, se você atingir a menor taxa de óbitos no seu Estado, você terá muito mais ânimo para recuperação da economia”, considerou. E ressaltou que o Brasil tem as melhores condições de produção e fornecimento de alimentos para outros países, fator que defendeu como preponderante no resgate do PIB e para a volta do crescimento no número de empregos.

“Tudo o que está sendo feito em Goiás tem total consistência, estudo científico, e parcerias com todos os poderes constituídos, como a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado e dos Municípios, Defensoria Pública. Nós discutimos, semanalmente, as metas, avaliações e medidas a serem tomadas”, pontuou. “Estamos evoluindo com total sintonia entre os Poderes e com resultados objetivos à sociedade.”

Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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