Ações da Rede Cegonha em Goiás são avaliadas pelo Ministério da Saúde
A Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Spais), da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), recebeu nesta quarta-feira, dia 13, técnicos da Coordenação Geral da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde (MS) em Goiânia, para a Oficina Devolutiva do Processo de Avaliação das Maternidades que fazem parte da Rede Cegonha em Goiás. O encontro, que vai até esta quinta-feira, dia 14, também conta com a participação de diretores das maternidades que passaram por essa avaliação durante o projeto.
A Rede Cegonha é uma estratégia lançada em 2011 pelo governo federal para proporcionar saúde, qualidade de vida e bem-estar às mulheres durante a gestação, parto, pós-parto e no desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida. Tem o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes.
A proposta qualifica os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto e no puerpério (28 dias após o parto).
Para a técnica da Coordenação Geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Carla Kristiane Rocha, esse encontro é um momento para dar o retorno aos gestores das unidades de saúde que fazem parte da Rede Cegonha. “Vamos conseguir mostrar os resultados do monitoramento dos serviços de saúde desenvolvidos nessas unidades. Um diagnóstico que tem uma importância para a gestão dos serviços e do Sistema Único de Saúde na construção de novas políticas”, afirma.
A avaliação faz parte do segundo ciclo do processo de monitoramento das ações, realizado entre 2016 e 2017, com o objetivo de conhecer os estágios de implantação das Boas Práticas de Atenção ao Parto e Nascimento. O primeiro ciclo ocorreu em 2014 e 2015.
A titular da Spais e responsável por coordenar as políticas do SUS em Goiás, Evanilde Fernandes, lembra que o trabalho intersetorial, junto ao MS e às Secretarias Municipais de Saúde, permite a implantação de boas práticas nas unidades que fazem parte dessa rede. “A participação efetiva do Ministério da Saúde e de diretores e técnicos das maternidades que foram avaliadas resulta em fortalecimento do SUS em Goiás”, ressalta.
Evanilde Fernandes lembra ainda que essa avaliação da Rede Cegonha em 16 maternidades, que realizam mais de 500 partos anualmente, em todo o Estado, colabora para a regionalização da saúde, um dos pilares da atual gestão da SES. “Avaliando as maternidades do interior, permite que os serviços das regiões de saúde também sejam aprimorados. Isso empodera os profissionais e permite maior resolutividade nos serviços oferecidos para a população”, conclui.
Nos dois dias de encontro da devolutiva, técnicos do MS, com apoio de equipe da SES-GO, se reunirão com os representantes das secretarias de saúde municipais e diretores das maternidades avaliadas. Eles vão traçar e repactuar os planos de ação, apontando as soluções para cada um dos itens que o levantamento avaliou como deficitário, como forma de fortalecer o compromisso com as melhorias necessárias para a Atenção à Saúde da Mulher e qualificação do modelo de atenção ao parto e nascimento.
Atendimento humanizado
Três maternidades goianas se destacam na avaliação: Hospital e Maternidade Dona Iris e Hospital Nascer Cidadão, em Goiânia; e Hospital Pio X, em Ceres. A gerente da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente da SES-GO, Cárita Figueiredo de Castro, explica que as boas práticas neste tipo de hospitais são a aplicação de ações baseadas em evidências científicas, que propiciam o cuidado humanizado tanto da mulher quanto do recém-nascido.
Buscam mudar o modelo de gestão e a assistência materno-infantil procurando uma atenção humanizada e de qualidade, resgatando o protagonismo da mulher no cenário obstétrico e reduzir intervenções médicas desnecessárias, visando inclusive diminuir o número de cesarianas. “O parto e o nascimento devem ser considerados fenômenos que ultrapassam as questões biológicas, mas que abrange também aspectos culturais e econômicos, crenças, culturas e atitudes profissionais”, afirma Cárita.
Dentre as boas práticas cita-se a presença de acompanhante de escolha da mulher no momento do parto e do nascimento, a liberdade de posição e movimentação da mulher no trabalho de parto, o contato pele a pele entre mãe e filho e a amamentação na primeira hora de vida. As práticas ineficazes ou prejudiciais na condução do parto normal e que precisam ser abolidas são: toques frequentes, a utilização do enema, a tricotomia, cateterização profilática de rotina, a manobra de Valsalva durante o segundo estágio do trabalho de parto, a manobra de distensão perineal.
A enfermeira Cláudia de Gouveia Franco, que atua na Coordenação Estadual de Saúde da Mulher da Spais, lembra que, na prática, o aprimoramento na oferta de serviço implantados nas unidades permitirá melhor atendimento para as usuárias e, consequentemente, permitirá a redução na mortalidade materna e infantil. “Essa avaliação que realizamos tem como objetivo melhorar o atendimento oferecido nas unidades. As maternidades implantam boas práticas no atendimento e isso proporciona vantagens para as puérperas”, conclui.