Trilheiros se aventuram pelo Caminho de Cora Coralina
Sentimento de liberdade, contato com a natureza e o anseio por conhecer novas culturas movem o espírito de quem decide percorrer trilhas. E foi envolto nessa gama de sentimentos, unido por uma mesma paixão que é trilhar, que o grupo liderado pelo goiano Ariston Meireles se formou para desbravar o interior de Goiás e percorrer os mais de 300 quilômetros do Caminho de Cora Coralina, entre Corumbá e a cidade de Goiás.
Com 13 integrantes, o grupo possui pessoas de várias partes do Brasil: Alexsandro Cordova, Toninho Silva e Ricardo Valle são de Brasília. Sylvania Marques, Leia Pinheiro e Dulce Ferreira vieram do Paraná. Já Ana Lúcia Viana é de Alagoas, enquanto Laura Domingos é de Minas Gerais e André Viana, do Rio de Janeiro. Entre os goianos, além de Ariston, também estão Marisa Cunha, Rosana Souza e Maristela Marçal.
Eles se conheceram quando percorriam o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, em 2018. Durante a viagem, Ariston, que já havia completado algumas etapas do Caminho de Cora Coralina, foi quem sugeriu aos amigos que fizessem a trilha goiana, que à semelhança do percurso europeu, também reúne natureza, cultura, gastronomia, história, tradição e proporciona autoconhecimento e transcendência.
“Eu acompanho o Caminho de Cora Coralina desde antes da implementação dele, quando ainda era só um projeto. Então, como sei que todo mundo ama fazer trilhas, decidi propor para que eles conhecessem o Caminho de Cora. Eu gosto de apresentar a cultura do meu Estado”.
As paranaenses Dulce Ferreira e Leia Pinheiro foram as primeiras a se animar com a ideia sugerida por Ariston. “Ele comentou sobre o Caminho de Cora Coralina conosco. Então, surgiu a ideia de fazermos esse caminho e aproveitar para conhecer Goiânia. Falamos com ele no início do ano sobre essa nossa vontade e ele organizou esse grupo”, afirma Dulce.
O grupo iniciou a caminhada no dia 29 de junho, partindo do município de Corumbá. A previsão de chegada ao último trecho, a cidade de Goiás, é para o dia 9 de julho. Mas, segundo Ariston, o importante é aproveitar o percurso. “Nós fizemos o planejamento para percorrer em onze etapas, mas não está descartada a hipótese de ficar um dia a mais em determinado trecho se a gente encontrar um lugar legal para ficar”, afirma.
Nesses seis dias de caminhada, que já se passaram, Laura Domingos diz estar encantada com as experiências vividas ao longo do percurso. “Conheci lugares e pessoas maravilhosas, com histórias lindas. Gratidão é a palavra”. Ela conta que sua motivação para percorrer o Caminho de Cora Coralina veio de seu pai, Toninho Silva. “Desde o ano passado que meu pai comentou que faria o percurso com o Ariston. Na hora eu disse que iria com ele. Eu fui pela aventura e pensando que seria uma boa forma de me conectar mais com meu pai. Ele mora em Brasília e eu em Uberlândia”, relata.
Entre os lugares por onde passaram, Laura destaca o Pico dos Pireneus e o Parque dos Pireneus e comenta sobre a união do grupo: “Esses foram os trechos mais lindos para mim. E, o mais bacana, foi juntar um grupo que tinha um elo. O que faz de verdade o caminho ser maravilhoso é com quem a gente caminha e com quem dividimos o nascer e o pôr do sol que são de tirar o fôlego”, declara.
Quem também vêm auxiliando o grupo nesta jornada é Marisa Cunha, que assim como Ariston, também já havia percorrido alguns trechos do Caminho de Cora Coralina. “Essa é a segunda vez que faço o Caminho e o que me motiva sempre é o contato com a natureza, o convívio com os amigos que fazemos durante as trilhas. A acolhida e receptividade das pessoas por onde a gente passa é que mais me marcou”. Para ela, o Caminho de Cora Coralina é também uma imersão pela tradição e história do Estado.
Inaugurado em abril de 2018, o Caminho de Cora Coralina é uma trilha de longo curso que liga oito cidades históricas, oito povoados e três unidades de conservação ambiental do estado de Goiás. Seu ponto de partida é a cidade de Corumbá de Goiás, passando por Pirenópolis, Cocalzinho, São Francisco de Goiás, Jaraguá, Itaguari e Itaberaí até chegar à Cidade de Goiás, terra da poeta que dá nome ao percurso. Também fazem parte do roteiro os parques estaduais da Serra dos Pirineus, da Serra de Jaraguá e da Serra Dourada, os povoados de Caxambu, Radiolândia, Vila Aparecida, Alvelândia, Palestina, São Benedito, Calcilândia e Ferreiro.
Ao longo do trecho há locais para caminhadas em trilhas, cavalgadas, cicloturismo, arvorismo, rapel, escalada, tirolesa e boia-cross, em meio à paisagem única do Cerrado, com serras, nascentes, cachoeiras, quedas d’água e corredeiras, além dos rios e córregos. O passeio oferece vivências na natureza, incentiva a melhoria da infraestrutura e a sinalização das unidades de conservação, promovendo o turismo aliado à preservação do meio ambiente. Com isso, transforma a rota usada pelos Bandeirantes, há centenas de anos, em uma estrada a ser percorrida por quem busca lazer ao ar livre, aliado à cultura e tradição histórica da região.
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