Temporada da jabuticaba movimenta economia em Hidrolândia
Conhecida nacionalmente pela produção de jabuticaba, Hidrolândia, município na Região Metropolitana de Goiânia, abre de setembro a novembro a temporada da fruta, movimentando a economia local com a comercialização tanto in natura quanto de produtos derivados. A cidade, que lidera o ranking de municípios brasileiros que cultivam jabuticaba, coloca o Estado em destaque, o maior produtor do país, de acordo com a Radiografia do Agro, publicação da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Anualmente, o Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), realiza o acompanhamento da produção junto aos agricultores da região. Em 2019, a safra foi estimada em 6.700 toneladas em todo território goiano. Para este ano ainda não é possível calcular o número por conta da estiagem, que pode trazer impactos na produção. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater, Geovane de Carvalho Ferreira, altas temperaturas acompanhadas de umidade relativa do ar baixa podem provocar abortamento, ou seja a queda de frutos recém-formados.
Apesar disso, a expectativa é positiva, pois o clima seco favorece a colheita. Somente na Fazenda Jabuticabal, no Distrito de Nova Fátima, a safra deve atingir 200 toneladas, conforme o produtor rural Paulo Antônio Silva, proprietário do lugar. A propriedade detém o maior pomar de jabuticaba do mundo, com 42.000 pés de jabuticabeiras distribuídos em uma área de 100 hectares.
Pioneira, a fazenda realiza atividades de ecoturismo desde a década de 1960, recebendo milhares de visitantes, que podem apreciar a fruta diretamente da árvore. Em decorrência da pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19), medidas de prevenção foram tomadas para receber o público, como a obrigatoriedade do uso de máscaras e disponibilização de álcool para a higienização em todas as áreas.
Entre as atrações está a lojinha onde são comercializados diversos produtos derivados da jabuticaba, entre doces, molhos e até bebidas fermentadas feitas a partir da fruta. A coordenação conta com o apoio da unidade local da Emater em Hidrolândia, conduzido pela extensionista Alenir Batista, que orienta os agricultores quanto ao processamento dos alimentos, padronização e qualidade dos produtos. “Esta época do ano é muito importante para o município, econômica e socialmente, pois gera emprego e promove a cultura regional”, destaca a profissional. A visitação estará aberta até o dia 15 de novembro, todos os dias, das 8 às 18 horas.
Sabores com jabuticaba
Em 2019, com a preocupação de documentar a história e importância da jabuticaba para Hidrolândia, Alenir Batista lançou o livro “Sabores com Jabuticaba”. A publicação traz um panorama histórico da implantação do fruto na cidade e uma série de receitas que incorporam o alimento. Os preparos incluem doces, salgados e bebidas, apresentando ao leitor um leque de possibilidades gastronômicas, de geléias e bombons a farofas e molhos para carne.
“Eu vejo na jabuticaba um potencial muito grande, porque ela é fundamental para a geração de renda aqui. Percebi, no entanto, que muitas pessoas, especialmente as mais jovens, estavam mais interessadas em adquirir produtos prontos do que prepará-los”, conta. Segundo a autora, o livro surgiu com o intuito de despertar essa prática na cozinha e preservar o conhecimento culinário relacionado à fruta entre as novas gerações.
Além das receitas, o exemplar relata como foram levadas as primeiras mudas de jabuticabeira para o município, plantadas na década de 1940 por Antônio Batista da Silva nas terras que hoje compreendem a área da Fazenda Jabuticabal. Os negócios prosperaram tanto que a propriedade deu início a um novo ciclo na cadeia produtiva, com a Vinícola Jabuticabal, a
primeira do Estado de Goiás e a única do Brasil em processamento de jabuticabas.
Com detalhes e curiosidades sobre a história da fruta, a autora também apresenta formas de utilização em diversos segmentos além da gastronomia. Discorre-se sobre a serventia da jabuticaba na medicina popular, na indústria de cosméticos e no paisagismo, como planta ornamental.
Imagens: Nivaldo Ferr/Emater
Comunicação Setorial da Emater – Governo de Goiás