Prédio histórico da Chefatura de Polícia é revitalizado
Começou nesta semana a obra de restauração do antigo prédio da Chefatura de Polícia, que fica na Praça Pedro Ludovico Teixeira, mais conhecida como Praça Cívica, em Goiânia. O projeto de recuperação é do Governo de Goiás em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo investimento.
“Estamos reconstruindo Goiás, especialmente a parte histórica do nosso Estado”, ressaltou o governador Ronaldo Caiado, em abril, quando foi anunciada a obra.
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás), participou diretamente da elaboração do projeto de restauração da Chefatura de Polícia. Desde que foi tomada a decisão pela realização da obra, a Superintendência de Patrimônio Histórico da Secult atuou junto ao Iphan. Os projetos foram executados pela Secult e doados ao Iphan. O órgão federal licitou e é responsável pela execução da obra. A Secult é responsável, ainda, pela fiscalização da obra.
Esta é uma das ações que o Estado tem empregado para reavivar a Praça Cívica, um dos cartões postais de Goiânia. “Desde que chegamos ao governo, uma coisa que tive preocupação é fazer com que essa Praça voltasse a ter vida, a ter participação da população. As pessoas tinham medo de vir à Praça Cívica, e nós estamos buscando reconstituir tudo”, disse Caiado. A previsão é entregar o prédio da Chefatura de Polícia restaurado dentro de 10 meses, em julho de 2020.
Tombado pelo Iphan, o prédio da Chefatura de Polícia estava fechado desde 2015 e, devido à falta de utilização, a construção estava totalmente degradada. O local, inclusive, serviu por muito tempo como abrigo para usuários de drogas na região central. “[O prédio] era um mocó mesmo, só tinha drogado e assaltante. Mas será totalmente reconstruído pelo Iphan. Isto aqui era uma Chefatura de Polícia, faz parte de uma parte histórica de Goiás, que é uma cidade com conceito art déco”, esclarece o governador.
A reconstrução
Coordenadora técnica do Iphan, Beatriz Otto de Santana explica que no primeiro momento estão previstas demolições internas e também a cobertura de todos os blocos do prédio. Até então, o edifício estava em situação de abandono com as paredes descascando e com muitas rachaduras, forro caindo e janelas quebradas. Uma das salas no piso térreo está infestada com um ninho de cupim.
“Depois de concluído, o edifício estará apto para diversos usos, conforme o projeto arquitetônico”, salienta Beatriz. Apesar de o local ter abrigado por último a Secretaria de Cultura, o prédio pertence à Polícia Civil. Foi a primeira sede da instituição em Goiânia.
Uma comissão foi nomeada pelo governador Ronaldo Caiado para acompanhar as obras de revitalização. O agente de polícia Bruno Garajau, chefe do arquivo da Polícia Civil, explica que após a restauração, o prédio vai abrigar o museu da corporação e o arquivo geral e histórico da PC. “Queremos acompanhar de perto todo o processo. Esse prédio é muito raro”, afirma o agente de dentro de uma sala que já abrigou a chefia de Polícia e que tem vista para casa de Pedro Ludovico.
A região também tem outras obras em andamento em que o Iphan é financiador e são realizadas em parceria com a Prefeitura de Goiânia. O Coreto passa por restauração e a Torre do Relógio por conservação. As obras estão avaliadas em R$ 358 mil. A previsão para conclusão é janeiro de 2020. Na mesma região, há a revitalização da antiga Delegacia Fiscal da União, que está praticamente concluída. O local abrigará a nova sede o Iphan no Estado.
Já pelo interior do Estado há mais parcerias em curso entre o Estado e o Iphan. Na Cidade de Goiás, o órgão federal está em processo de licitação para selecionar a empresa que irá restaurar o prédio do 6º Batalhão da Polícia Militar em Goiás. O prédio foi o primeiro batalhão da PM no Estado. Já em Pirenópolis, o Teatro Sebastião Pompeu de Pina será reconstruído. O projeto de restauração está avaliado em R$ 4,9 milhões.
Conservação
O governador Ronaldo Caiado fez um apelo para que as revitalizações e restaurações sejam conservadas e reforçou que os espaços precisam estar abertos ao público, ter utilidade. “Não tem como conservar obra fechada, sem ninguém entrar e sem ninguém cuidar. Se alguém riscou, temos que lavar, pintar, recuperar. Temos que ter essa capacidade de zelar do que é nosso”, defende.
“A Chefatura de Polícia é um prédio importante localizado no núcleo inicial que formou Goiânia, que é a Praça Cívica. Após a restauração, temos a orientação do governador para que fiquemos atentos à fiscalização da conservação do prédio. A área de patrimônio da Secult é responsável por ter essa atenção”, disse o secretário de Cultura de Goiás, Edival Lourenço.
Caiado reforça que o processo de conscientização da população deve contar inclusive com o apoio de juízes e Ministério Público. “Temos que ter ações educativas e mais enérgicas. Não podemos conviver com pessoas que acham que podem destruir o patrimônio, que é público”, afirma o governador. “Vários lugares já têm parceria com o Ministério Público e o Poder Judiciário. Se alguém dilapidou vai ter que arcar com a reconstituição do patrimônio.”
O governador lembra que caso o suspeito seja menor, cabe identificar os pais e responsabilizá-los. “Após a polícia levantar o culpado tem que confiscar dinheiro ou propriedade para reconstituir o patrimônio. Ninguém pode chegar e quebrar as coisas. Isso não é liberdade, é vandalismo e não podemos permitir isso na estrutura do Estado”, assegura Caiado.
Fotos: Vinicius Schmidt
Secretaria de Comunicação