Na contramão da crise econômica, UEG apoia criação e consolidação de empresas no mercado goiano

A pandemia de Covid-19 impôs mudanças no atual sistema de produção e nas relações econômicas e sociais. Apesar disso, 26.121 empresas foram abertas no mercado goiano em 2020, o maior índice dos últimos cinco anos, segundo dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). E é exatamente no apoio técnico ao desenvolvimento e abertura de novos negócios que a Universidade Estadual de Goiás (UEG) atua, dentro das ações do programa Goiás de Resultados, por meio do Ciclo de Incubação de Empreendimentos de Negócios e Sociais.

Um dos exemplos de sucesso apontados por Karlos Matias, técnico em gestão pública e ponto focal do programa na instituição de ensino, é a Startup Total Strategy Gestão de Perecíveis Ltda, que trabalha no desenvolvimento de softwares para o controle eficiente de alimentos com curto prazo de validade, evitando desperdícios, gerando economia e promovendo ação social com a doação de produtos em condições de consumo às famílias menos favorecidas.

A tecnologia foi criada para o projeto ambicioso de apresentar solução à perda de quase R$ 8 bilhões no varejo brasileiro com alimentos aptos ao consumo, mas que são normalmente descartados por danos nas embalagens, aparência e data de vencimento. A falta de controle sobre essas variantes representa desperdício de 41 mil toneladas por dia, enquanto uma em cada nove pessoas passa fome no país, segundo o WFP (Programa Mundial de Alimentos). “Essa é uma das contradições mais tristes dos nossos dias e exige esforço e inteligência para modificar essa realidade”, observa o professor.

A par do avanço nessa área, o vice-governador Lincoln Tejota observa que o ganho social desse trabalho é mais amplo, já que os possíveis resultados são desenvolvimento de uma nova tecnologia, geração de emprego, capacitação de mão de obra, melhor aproveitamento de alimentos e melhor gestão na distribuição de gêneros alimentícios com foco na solidariedade, por meio das doações aos mais necessitados.

O Brasil está na lista dos dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo, gerando descarte de aproximadamente 30% de tudo que é produzido para o consumo. Essa "quebra operacional", linguagem do varejo para o desperdício, gera um prejuízo de quase 940 bilhões de dólares por ano para a economia brasileira, afetando diversas classes trabalhadoras e o desenvolvimento do país.

Mas, por aqui, como afirma o vice-governador, a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e o Governo do Estado estão concentrados em atenuar esse problema. Tanto que firmaram parceria com as Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) para que o Banco de Alimentos faça a distribuição diária de produtos alimentícios às famílias em situação de vulnerabilidade. Até o final do ano passado, cerca de 9 toneladas de verduras, legumes e frutas com qualidade adequada para o consumo foram diariamente repassadas a 300 famílias e 126 instituições de caridade.

“Estamos atuando no atendimento aos mais necessitados, ao mesmo tempo que ofertamos uma alternativa aos comerciantes, evitando prejuízos econômicos e o desperdício. É por isso que a atuação do Goiás de Resultados é eficiente, pois combina várias frentes de trabalho, de modo integrado, promovendo a interlocução de vários setores”, salientou o vice-governador. 

O programa

Em fase de tração, ou seja, de consolidação da marca para ampliar comercializações, a empresa já desenvolveu três aplicativos em parceria com a UEG:

BOX – por meio da leitura do código de barras, captura os dados dos produtos para gerar alertas com 45, 30, 15 e 3 dias antes de vencer o prazo de validade, possibilitando agilidade nas ações para evitar desperdício ou para encaminhar o alimento ao melhor aproveitamento.

BIG – integra um conjunto de dashboards (com o PDV, ERP e BOX) que gera insights de compras e vendas utilizando big data e inteligência artificial.

ECO – um modelo que conecta oferta e demanda em uma plataforma online. É uma espécie de outlet para viabilizar a venda de produtos perecíveis. Assim é possível vender até 90% de todos os produtos expostos nas gôndolas. Os 10% que não são vendidos podem ser doados às instituições que auxiliam pessoas carentes, já que os produtos podem ser consumidos em até 3 dias, após o vencimento da validade, sem quaisquer riscos à saúde.

Fonte: UEG/Vice-Governadoria

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