Frota perto de 1 milhão de veículos.


Perspectiva de crescimento  do número de automóveis contrasta com medidas para aliviar trânsito.
Uma capital próxima de ter 1 milhão de veículos – com uma média de 7 mil novos automóveis entrando em circulação todos os meses – e, ainda, sem apresentar opções que possam desafogar o trânsito em pontos considerados críticos. Hoje com quase 952 mil veículos em suas ruas (veja quadro), estima-se que Goiânia atinja a marca de 1 milhão em fevereiro de 2011. “O mais alarmante é que, até então, toda política de transporte público adotada favorece apenas o aumento da frota”, afirma o presidente do Conselho Estadual de Trânsito de Goiás (Cetran), Antenor José Pinheiro.

Em palestra proferida ontem, na abertura do 2º Fórum de Transporte e Trânsito, Antenor Pinheiro buscou traçar projeções para uma mobilidade urbana sustentável em Goiânia, mesmo diante do diagnóstico atual preocupante. “É preciso urgentemente cobrar mais ações para que se inverta a prioridade no transporte individual para um transporte público eficiente”, afirma Pinheiro. “Não adianta mais erguer viadutos, abrir praças ou proibir o estacionamento em algumas vias. Chegamos no ponto em que é preciso forçar a migração do transporte individual para o público”, sugere.

O presidente do Cetran alega que Goiânia segue na direção contrária a uma tendência que cresce nas principais cidades do mundo. “Em São Paulo, o Minhocão será destruído. Curitiba e Bogotá (COL) apresentam corredores de transporte público efetivos. Enquanto isso, em Goiânia, não se tem nem mesmo um estudo cicloviário”, alerta Pinheiro. “A bicicleta aqui é vista só como lazer enquanto em várias outras cidades, como em Paris, é incentivada também para o transporte diário, sendo bastante efetiva”, ilustra.
O alerta sobre mudanças necessárias no trânsito também é reforçado pela arquiteta e urbanista Fernanda Mendonça. “Já existem gargalos críticos, como na Marginal Botafogo com a Avenida 88, em que todo dia se formam engarrafamentos nos horários de pico e afetam todas as ruas em volta”, lembra a arquiteta.
“Há projetos de corredores exclusivos pelas Avenidas T-9 e T-7, que não foram executados. O Eixo Anhanguera também se encontra saturado e precisando de investimentos. Não dá mais para esperar a situação explodir. A vontade política precisa ser superior à emergência”, diz Mendonça.
A necessidade de corredores exclusivos para maior fluidez das vias também foi lembrada por Antenor Pinheiro. “Hoje um ônibus que leva 60 pessoas retira o equivalente a 46 veículos das ruas. Ainda assim os ônibus não têm sua via própria”, compara. “Enquanto isso, ouvimos promessas de liberação do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de carros. Por que, ao invés disso, não se aumenta o subsídio para baixar a tarifa do ônibus ou se investe na estrutura do transporte público?”, questiona.
Programação
Realizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), o 2º Fórum de Transporte e Trânsito segue até amanhã, com debates e palestras iniciando-se sempre às 19 horas, na Casa de Indústria da Feração da Indústria do Estado de Goiás (Fieg), na Vila Nova.


Hoje, Manuella da Rocha Brito, representante da Datatraffic – empresa de processamento de dados – realiza a palestra sobre Diversos Equipamentos de Fiscalização Eletrônica e suas Aplicações. Em seguida, o pesquisador do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru), Heitor Pereira do Nascimento, proferirá outra palestra sobre as relações no trânsito.

O Popular – João Gabriel de Freitas //

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