Caiado entrega R$ 120 mil ao Museu Casa de Cora

O governador Ronaldo Caiado repassou, na tarde deste sábado (10/10), R$ 120 mil ao Museu Casa de Cora Coralina, na cidade de Goiás. Graças a essa ação de governo, a instituição conseguirá arcar com as despesas e reabrirá as portas na terça-feira (13/10), depois de quase sete meses de atividades paralisadas devido à pandemia da Covid-19. “Essa mulher é a maior embaixadora que o Estado de Goiás já teve no mundo”, disse Caiado, referindo-se à relevância da poetisa.

À sombra das árvores no quintal do casarão que abriga o museu, o governador chamou atenção para sete funcionários que, mesmo diante das dificuldades e de salários atrasados, zelaram da instituição.

“Num momento de calamidade, vocês colocaram tudo de lado e se dedicaram à preservação de um patrimônio da humanidade. Meu muito obrigado, e meu reconhecimento”, afirmou Caiado. Ele externou seu desejo de homenagear a equipe no fim do ano, em praça pública, durante o evento Cidadão Herói – uma honraria concedida aos goianos que atuam em prol do desenvolvimento do Estado.

Uma das pessoas que recebeu o reconhecimento do governador foi a gerente Maria José Rezende. “São 30 anos que trabalho aqui, é a minha segunda casa. Se eu não cuidar daqui, não consigo cuidar da minha outra casa”, relatou, com olhos mareados, sobre o amor pela profissão. E comentou que, antes mesmo da condecoração anunciada por Caiado, já o acompanhava pelas redes sociais e nutre respeito por sua gestão. “Ele olha para Goiás com carinho”, resumiu.

Na ocasião, Caiado também foi presenteado com uma cópia do discurso escrito por Cora Coralina em memória de seu avô, Antônio Ramos Caiado, o Totó. “É um documento que, do ponto de vista histórico, tem uma relevância ímpar para mim”, agradeceu. Ele ainda rendeu homenagens à poetisa.

“Cora Coralina é o emblema maior da poesia, da literatura goiana. Uma mulher que tinha aptidões várias, de doceira a grande escritora.” E reforçou seu compromisso com o povo da cidade de Goiás, que receberá, em breve, reforços na infraestrutura da saúde (com entrega da Policlínica), educação (com reforma de escolas) e reforma de rodovias.

Protocolos

Diretora da instituição sem fins lucrativos, Marlene Vellasco informou que o museu é mantido a partir da arrecadação com bilheteria. Como o local está fechado há quase 200 dias, em virtude dos protocolos sanitários para evitar a disseminação do coronavírus, esse auxílio do governo será essencial para pagamento de dívidas em atraso e salário dos funcionários. “Contamos com a sensibilidade do governador para reabri-lo com total segurança”, salientou. “Seu nome, Caiado, estará registrado nos anais da casa como um grande benfeitor”, garantiu.

A reabertura, explicou ela, seguirá todas as recomendações exigidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela vigilância sanitária municipal e pelo Conselho Internacional de Museus (Icomos). “Todas as normas que serão usadas aqui são aplicadas em todos os museus do mundo”, reforçou.

Marlene informou que, nos últimos meses, a instituição recebeu ligações vindas de todo o país, em busca de informações sobre a reabertura. “O santuário onde nasceu a poetisa Cora Coralina será reaberto no dia 13 de outubro e estará de braços abertos para receber a todos.”

O funcionamento será de terça-feira a domingo, das 9h às 13h. Para visitar, é preciso agendamento prévio pelo telefone 3371-1990 ou pelo e-mail museucoracoralina@gmail.com. Será permitida a entrada de seis pessoas por grupo, respeitando um intervalo de 20 minutos. Os turistas entrarão por uma porta e sairão por outra, evitando aglomeração. Será obrigatório o uso de máscaras de proteção facial, conforme decreto estadual.

De autoria da Governadoria, o projeto de lei que destina o montante ao museu foi anunciado por Caiado em 20 agosto, durante solenidade de encerramento do Ano Cultural Cora Coralina. Em rápida tramitação, a Assembleia Legislativa aprovou o texto por unanimidade.

A prefeita da cidade de Goiás, Selma Bastos, definiu o repasse como uma retomada local. “Gratidão ao governador pela grandeza do gesto e reconhecimento à nossa poetisa maior, o nosso expoente da literatura”, relatou. “O museu será aberto e vai dar vida à cidade de Goiás, vamos continuar recebendo turistas do mundo inteiro, mostrando a nossa cidade, apresentando a nossa poetisa Cora.”

A subvenção social prevista na Lei nº 20.853 foi realizada por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás). Titular da pasta, Adriano Baldy destacou a determinação do governador em cumprir o que anuncia. “Caiado não vai para evento assinar um valor num papel, que não seja aquele valor que já vai para a Assembleia, para ser realizado. Ele não vai ali fazer assinatura de obra inacabada”, frisou. Sobre o auxílio para instituição, “demonstra a sensibilidade do governador, não somente com a cultura, mas com o patrimônio e com o que Cora Coralina representa para nossa história e para Goiás”.

Pioneira no município, dona Antolinda Borges, conhecida como tia Tó, afirmou que a reabertura do museu é um dos atos mais importantes do ano para a cidade de Goiás. “Nós vivemos do turismo, é a nossa alavanca maior. Parabenizo o governo do Estado por essa sensibilidade em reabrir a casa nesse momento”, disse a veterana, de 90 anos. “O Museu de Cora é uma divulgação de Goiás. Cora é um símbolo muito grande, foi uma mulher guerreira, simples, humilde e uma grande amiga”, relembrou.

Também presente ao evento, o deputado federal Adriano do Baldy, que nasceu na antiga Vila Boa, parabenizou a gestão de Caiado que, em suas palavras, está resgatando a história dos goianos, especialmente por investir na cultura local. “Eu me sinto honrado por fazer parte da bancada dos goianos no Congresso Nacional. Pode contar com meu trabalho e minha luta, para que possamos devolver o Estado aos goianos, elevar a autoestima dos goianos e fazer uma melhor qualidade de vida.”

Sobre a Casa de Cora

Às margens do Rio Vermelho, o casarão onde funciona o Museu Casa de Cora não passa despercebido por quem visita a antiga Vila Boa. Foi ali que, em 20 de agosto de 1889, Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas – a Cora Coralina – nasceu e viveu, ora fazendo doces, ora brincando com as palavras em forma de versos, que fizeram dela uma mulher de reconhecido talento.

Cora Coralina faleceu aos 95 anos em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985. Quatro anos depois, o casarão onde passou a maior parte da vida se transformou no museu. Desde então, expõe obras literárias, móveis e objetos do uso pessoal da poetisa. Chama atenção, ainda, por mostrar os costumes de quando o município era a capital do Estado.

Foto: Hegon Corrêa

Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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