Caiado critica pedido de interdição do Hospital Materno Infantil

O pedido de interdição do Materno Infantil (HMI) foi um dos assuntos da entrevista concedida pelo governador Ronaldo Caiado, na manhã desta quinta-feira, dia 2, para a Rádio Vinha FM, com apresentação de Murilo Santos. Centrado no fato de o hospital ser referência em pediatria no Estado, o governador criticou a determinação expedida por auditores fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE-GO), considerando-a “midiática” e “irresponsável”.

“É tão inconsequente, que fico imaginando qual é o cuidado que essas pessoas têm com a vida de dezenas de crianças em estado grave. Chega a ser criminoso. É preciso que se entenda que não é possível criar uma equipe especializada para tratar de cada criança daquela, recém-nascida, num estado de tamanha gravidade. Dispersar dez pacientes em cada leito de um hospital A, B, C ou D é algo que eu qualifico como absurdo. Não há equipes, não há pessoas suficientes. Estamos tratando de vidas”, indignou-se.

O governador lembrou que o Governo de Goiás, por meio da Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO), vai impetrar ação cautelar pedindo a nulidade do termo de interdição do Materno, e diz acreditar que irá prevalecer o bom senso e o respeito à vida. Caiado enumerou uma série de medidas que já estão sendo aplicadas para garantir melhorias aos funcionários e pacientes, bem como ampliar a capacidade de atendimento.

“Coloquei um engenheiro do Corpo de Bombeiros lá para fazer um trabalho emergencial e tentar contornar todas as dificuldades. Já leiloei carros de luxo de ex-governadores para comprar medicamentos. E consegui junto ao Governo Federal algo inédito, em 90 dias, trouxemos aporte financeiro para inaugurar uma ala do Hugol com 55 leitos e colocá-la para funcionar no mesmo dia”, apontou.

O governador também argumentou que a medida, se aceita pela Justiça, pode acarretar na demissão de cerca de 1.200 funcionários, e que vem apontando o estado calamitoso do Materno Infantil desde o dia de sua posse. “Eu vou colocar esses funcionários do Materno Infantil onde? E como? Estive lá mais de seis vezes, me dedico integralmente. E o Estado sequer foi notificado. A notificação foi feita pela mídia. Esta pessoa, no mínimo, deveria ter procurado a Superintendência, ou o secretário, buscado uma saída conjunta e apresentado também alternativas”, queixou-se.

Caiado afirmou ainda que o governo trabalha para uma solução definitiva, a construção de um novo Materno Infantil, mas reiterou que isso requer tempo. “Estou buscando várias fundações e convênios para construção de um novo hospital, mesmo no quadro em que se encontra o Estado de Goiás, totalmente inviabilizado. Nós estamos superando as dificuldades com todos os amigos. As pessoas estão dando as mãos para nos ajudar. Mas ninguém tem o dom de, de um dia para noite, transformar tudo em um Estado que vive em calamidade financeira. Goiás hoje está bloqueado no Tesouro Nacional”, comentou.

Obras paradas

Caiado também falou de outro grave problema herdado ao assumir a gestão do Estado. “Hoje temos em Goiás cerca de 400 obras inacabadas. São construções de colégios, de um Instituto Médico Legal, postos de saúde, enfim, obras irresponsavelmente ali deixadas e contratos feitos visando muito mais a interesse pessoal ou projeto político-partidário”, afirmou.

O governador informou que há R$ 42 bilhões em dívidas a serem recebidas pelo Estado, sendo que 95% deste montante é qualificado pelos auditores como “dívidas podres”. “Ou seja, fraudes no decorrer dos anos; são pessoas que montaram empresas e desapareceram; empresas em nome de ‘laranjas’. Mesmo com toda tecnologia e esforço, eles não conseguem buscar esse dinheiro para dentro. Estamos falando de R$ 42 bilhões. O orçamento de Goiás, ao longo do ano, gira em torno de 24, 25 bilhões – ou seja, é praticamente um orçamento e meio em dívida ativa do governo do Estado de Goiás”, explicou Caiado.

 

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