Estudo sugere interação imunológica entre dengue e Covid-19
Um estudo liderado pelo cientista brasileiro Miguel Nicolelis indicou que grande parte da população que contraiu dengue no ano passado e no começo deste ano demorou mais tempo para ter transmissão comunitária exponencial da Covid-19. O professor Nicolelis é catedrático da Universidade Duke, na Carolina do Norte (Estados Unidos), e desde o início da pandemia se dedica a estudar o comportamento do coronavírus no Brasil.
A pesquisa também registrou números menores de casos e de mortes causadas pelo novo coronavírus naqueles que tiveram dengue, indicando uma possível interação imunológica entre os dois vírus. Mas o que isso pode significar? Para comentar a pesquisa, o radiojornal O Mundo Em Sua Casa desta quinta-feira, dia 24, teve a participação da médica infectologista Letícia Aires.
Segundo ela, a pesquisa carece de novos estudos que confirmem a relação entre as duas doenças e lembrou que, no início da pandemia, os médicos tiveram dificuldades de diagnóstico por causa das semelhanças de sintomas provocados pelos dois vírus.
“Logo do começo [da pandemia de coronavírus] a gente já tinha alguns casos descritos em que pacientes com Covid faziam teste falso positivo para dengue. Isso confundia muito porque são doenças febris agudas, com quadros clínicos semelhantes, o que pode confundir mesmo o diagnóstico e a condução do caso”, comentou.
Para ela, como a Covid-19 é uma doença muito nova, vários estudos que estão sendo feitos ainda não são conclusivos e carecem de revisão pela comunidade médica e científica.
ABC Digital