Águas do Paraíso será o primeiro do Brasil com gestão compartilhada
O Parque Estadual Águas do Paraíso será a primeira unidade de conservação ambiental do Brasil com modelo compartilhado de gestão, iniciativa que ratifica a forma integrada e descentralizada de liderar do governador Ronaldo Caiado. Andréa Vulcanis frisou que esse ato faz com que o líder goiano seja reconhecido nacionalmente como “um homem que tem olhado para o meio ambiente e para a biodiversidade”.
Nas últimas duas décadas, governos estaduais e municipais tentaram implantar a reserva, porém sem sucesso. Neste ano, a Semad estruturou a proposta de criação do parque, amparada em uma lei federal de 2011, que fixou normas para a cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e municípios nas ações administrativas de proteção ao meio ambiente.
A decisão foi tomada levando-se em conta a importância que a área tem para a cultura e a economia do município de Alto Paraíso, além da disposição do Governo de Goiás em dialogar com a sociedade civil e democratizar a gestão ambiental. A intenção ultrapassou os limites teóricos e se converteu em prática com a organização de consultas públicas para discutir o tema, sendo a última realizada na quinta-feira (10/09). Ainda está prevista a instituição do Conselho Consultivo da Unidade de Conservação.
A celeridade de todo o processo também se ancora na urgência de livrar o espaço de pressões de invasores e criminosos ambientais, que ameaçam o local com a introdução de espécies exóticas, queimadas, desmatamento ilegal e atividades de mineração sem licenciamento. Cenário este que, a partir de agora, será substituído por respeito à natureza e fortalecimento do turismo. “Vamos transformar o parque em um dos pontos mais visitados no mundo inteiro”, projetou o governador Ronaldo Caiado.
A titular da Semad, Andrea Vulcanis, reforça que, com a criação do parque, será possível estabelecer os limites definitivos para a área protegida, promover a recuperação das degradadas e controlar o uso público da região. Serão realizadas, ainda, atividades de ecoturismo, pesquisas científicas, além da sensibilização, conscientização e educação ambiental.
Comunidade
O Governo de Goiás também se preocupa com a qualidade de vida da população que margeia o parque a ser criado. Por isso, será formatada uma estratégia para a integração do entorno, em especial, dos assentamentos Esusa e Sílvio Rodrigues, que contam, respectivamente, com 50 e 114 famílias. O objetivo é criar protocolos de atuação eficazes junto às cadeias produtivas, incluindo o turismo de base comunitária.
No processo de criação do parque consta a necessidade de elaboração do Projeto de Desenvolvimento Sustentável, além dos planos de Manejo e do de Uso Público, ambos com metodologia participativa.
Área
Situado no Nordeste goiano, uma das localidades que tem atraído o olhar constante da atual gestão, que mira no fim das desigualdades regionais, o Parque Estadual Águas do Paraíso tem uma área de pouco mais de 5 mil hectares.
O principal ponto da unidade de conservação responde pelo nome de Catarata do Rio dos Couros, um espaço que propiciará aos turistas momentos de trilhas, contemplação da natureza e banhos refrescantes. Outros córregos que cruzam a região são o Jacobeira, Tapagem e o Ribeirão São João.
O cenário das cataratas contará com o devido planejamento, projeto interpretativo, gestão de segurança, manejo de trilhas, serviço de apoio à visitação, entre outras estruturas necessárias. A nova unidade integrará as demais áreas de proteção ambiental, como a de Pouso Alto, e reservas de patrimônio natural.
Vale lembrar que a região já possui o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, tombado como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco).
O atrativo estadual está a 423 quilômetros de Goiânia, 221 quilômetros da capital federal, Brasília, e próximo ao Pico do Pouso Alto, que tem 1.676 metros de altura. Na fauna há dez espécies de mamíferos, sendo que quatro estão na lista vermelha de animais ameaçados, e 58 de aves, incluindo o pato-mergulhão, que corre o risco de extinção em toda a região neotropical.
Foto: Junior Guimarães e Cristiano Borges
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás