Banco de dados Goiás Biométrico identificou 730 pessoas que estavam desaparecidas há anos
De janeiro a junho de 2020 foram registrados quase 1.400 casos de pessoas desaparecidas em Goiás. Em todo o ano passado, foram exatos 3.648 desaparecimentos, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). O Governo de Goiás, por meio do Programa Goiás de Resultados e demais órgãos da administração pública, estão trabalhando para unificar os bancos de dados do Estado. Entende-se que, com maior número de informações compartilhadas, o serviço público será cada vez mais eficiente.
A cada 11 minutos, pelo menos uma pessoa desaparece no Brasil e uma média de 3.100 pessoas, entre adultos e criança, desaparecem por ano em Goiás. Com o banco de dados Goiás Biométrico (AFIS), todos os arquivos de impressões digitais passaram do papel para o sistema virtual. Dessa forma, o Instituto de Identificação de Goiás (II-GO) aderiu a uma sistemática de trabalho mais moderna e inovadora no país.
Além da modernização do sistema, desde janeiro de 2019, a Polícia Civil de Goiás (PC/GO) conta com a Coordenação de Desaparecidos. “Desde o início, dentre as ações planejadas pela coordenação, a mais urgente era identificar os cadáveres ignorados que permaneciam nos Institutos de Medicina Legal de Goiás (IMLs)”, disse a coordenadora da seção de pessoas desaparecidas do Instituto de Identificação do Estado de Goiás, Simone de Jesus.
Paralelo às novas demandas, a equipe da Coordenação de Desaparecidos começou a investigar casos antigos – a partir do ano 2000 – que constavam nas planilhas datiloscópicas. Ao todo, foram encontradas impressões digitais de 1.733 cadáveres sem identidade.
“Até o momento (agosto de 2020) a Coordenação de Desaparecidos já identificou 759 cadáveres que passaram todos esses anos ignorados. Desses, 730 foram identificados pelo banco de dados do Goiás Biométrico e 29 foram identificados pelo AFIS da Polícia Federal”, explicou a coordenadora Simone de Jesus.
O potencial deste trabalho chamou a atenção do programa Goiás de Resultados, que é coordenado pelo vice-governador Lincoln Tejota. Em 2019, o programa instaurou a Força-Tarefa da Biometria, com o principal objetivo de integrar os bancos de dados dos órgãos estaduais. Com maior volume de informações adicionadas aos bancos de dados usados pelos agentes de segurança, maior a assertividade e agilidade.
O gerente do Instituto de Identificação, Deusny Aparecido Filho, fez questão de lembrar que as informações do banco de dados Goiás Biométrico também refletem na área criminal. Afinal, durante o trabalho de perícia, são recolhidas impressões digitais que podem ser determinantes para identificar criminosos ou vítimas.
Caso Danilo
Recentemente, o caso do pequeno Danilo, assassinado no Parque Santa Rita, trouxe à tona as angústias de um caso de desaparecimento. O menino saiu de casa para visitar os avós no dia 21 de julho e nunca mais foi visto com vida. Autoridades buscaram a criança por dias, até que cães farejadores do Corpo de Bombeiros de Goiás encontraram o corpo de um garoto, em estado avançado de decomposição, a cerca de 100 metros da residência onde Danilo vivia com a família.
Em pouco mais de quatro horas, após a necropsia, os datiloscopistas e papiloscopistas do Instituto de Identificação da Polícia Civil (PC) conseguiram confirmar que o corpo encontrado era do menino desaparecido. Esse resultado rápido só foi possível porque Danilo emitiu sua Carteira de Identidade meses antes, em janeiro de 2020. E, portanto, suas digitais já estavam armazenadas no banco de dados da Segurança Pública de Goiás.
“Esses resultados positivos fazem da meta Goiás da Paz uma das mais significativas para amparo da população e revela como podemos modernizar nossas forças policiais e periciais para atuações cada vez mais eficientes”, destaca o vice-governador Lincoln Tejota.
Comunicação da Vice-Governadoria – Governo de Goiás